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Artigos-->153. PALAVRAS AOS EXIGENTES — HOMERO (ALUNO) -- 22/03/2003 - 08:19 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Têm-nos vindo constantes pedidos dos médiuns para produzirmos textos de nível elevado, que possam ser lidos e aproveitados por pessoas cujo intelecto esteja acostumado às reflexões mais sutis, baseadas em terminologia avançada. É por isso que empregamos, muitas vezes, termos técnicos, pois estamos dirigindo-nos a pessoas cujos conhecimentos superam de muito a mediania, pessoas bafejadas por instrução adquirida nos estudos e fruto da observação direta dos acontecimentos. Caso venhamos a fraquejar, não imprimindo às mensagens as idéias mais elevadas, através do vernáculo mais puro, pedimos escusarem-nos, pois não temos tanta cultura doutrinária nem talento lingüístico suficientes para satisfazer às exigências dos mais argutos e dos mais ilustres. Com este intróito, vamos forcejar para principiar texto de tema menos abrangente que as leis de Deus, mas de utilidade para quantos estejam necessitados de palavra de advertência no campo da moralidade mediúnica.



Sabemos que é difícil para muitos médiuns manter vigilantes os corações, mercê de tantas falcatruas que perpassam pelas suas vistas, sendo muitas delas endereçadas diretamente a eles, prejudicando-os em diversos setores de suas atividades, quer profissionais, quer missionárias. É justo de se esperar que esses ataques se repitam ainda mais intensamente, pois são os médiuns os alvos prediletos de muitos espíritos imperfeitos, sejam encarnados ou não. Daqui a noção sempre repetida do “orai e vigiai”, que Jesus nos legou em sua andança pelo orbe.



Especialmente no que respeita à vida afetiva, recebem os nossos queridos intermediários inúmeras sugestões que, se levadas a sério, os fariam desandar caminho e, até mesmo, abandonar os trabalhos mais importantes do socorrismo e da doutrinação. Existem seres malignos que se comprazem com a ruptura do vínculo entre os planos, principalmente quando obtêm êxito no sentido de propiciarem retorno à situação pré-mediúnica.

Esses espíritos primam por obter, de início, a complacência do médium para pequenos atos em incúria. São concessões mínimas, do tipo “deixar para amanhã, embora se possa fazer hoje”, ou ainda, “só mais um pouquinho não fará mal”. Esses deslizes provocam, lentamente, infiltração maliciosa no coração dos trabalhadores do Cristo e, quando menos esperam, estão recusando-se ao trabalho, estão tergiversando conceitos honestos, estão discutindo pontos de doutrina que não admitem contestação, estão, enfim, obrando em descompasso com as leis de Deus e ofendendo os princípios evangélicos mais elementares. Esta advertência serve para todas as pessoas, evidentemente, mas com mais exatidão se coaduna aos que servem aos desencarnados como veículo de transmissão da generosidade divina.



Segundo prisma bem prático, vamos exemplificar com caso verídico que apanhamos nos arquivos de nossa “Escolinha”. Pedimos vênia, tão-só, para omitir os nomes verdadeiros das personagens da cena.







Eram os anos vinte. Recém-formado na Escola de Medicina do Rio de Janeiro, Adalberto buscou clinicar nos subúrbios cariocas, ainda não infestados pelas ratazanas que hoje corroem os costumes e “criminalizam” os espíritos mais resistentes ao mal. Ali instalou consultório de clínica geral e, aos poucos, foi ampliando a clientela, mercê de trabalho sempre pronto e de assistência nunca negada. Granjeou fama no local e pôs-se a arquitetar a ampliação de suas atividades, inicialmente criando centro de atendimento médico modesto até que, mais tarde, viesse a concretizar os seus ideais de amparo humano, com a edificação de imponente edifício hospitalar, que receberia o nome de santa muito benquista no lugar; Hospital Santa Marcelina.



Não demorou para que ficasse possuidor de muitos bens e de riqueza financeira importante. Mas tal era seu espírito de fraternidade que tudo o que vinha a ter em suas mãos passava de imediato para o fundo assistencial do hospital, de sorte que a todos agradava e a todos atendia.



Um dia, desencarnou em felicidade. Tinha percorrido a vida, usufruindo tão-só os benefícios próprios do trabalho. Não sabia o que era a miserabilidade e se distinguia das demais criaturas por méritos muito elevados, pois tudo nele era de causar inveja. E foi isso que aconteceu.



Quando já se recuperara do desencarne e se achava guindado a posição coerente com o valor pessoal advindo de suas realizações, começou a ser atormentado pelas vociferações e imprecações que seus descendentes, a todo momento, dirigiam a ele, quando perceberam que tinham sido, na realidade, espoliados em sua fortuna, no momento em que se cristalizara a transferência de todo o aparato material para fundação que geriria, após a morte do doutor, todo o movimento hospitalar, ficando todo o lucro condicionado à aplicação no próprio desenvolvimento das obras de assistência promovidas pela instituição.



O nosso prezado Adalberto ficou deveras perturbado e, achando justas as recriminações dos entes queridos, que se sentiam ao desamparo, começou a lamentar sua atitude, julgando que, por culpa sua, iriam os familiares ter que enfrentar situações deveras penosas, o que teria sido contornado, se outra tivesse sido a sua atitude. Aos poucos, foi acabrunhando-se, pois deixou o coração ser minado pelas vibrações importunas que lhe endereçavam da face da Terra. Foi definhando e se viu em estado de desespero, por mais que se empenhassem os seus orientadores no sentido de lhe ministrarem os exatos conhecimentos da benemerência divina. Sentiu, enfim, que tinha tido uma atitude para com a população e outra para com o seu próprio povo, de modo que começou a enfrentar cada vez mais intensa toda a sorte de vibrações negativas a que sua atitude dava acesso.







O desenvolvimento deste caso tem inúmeros outros desdobramentos que não vêm trazer mais luz para o que desejávamos implantar na mente do leitor.



Como dissemos de início, as pessoas mais inteligentes tendem a ser mais exigentes, por isso desejam que os textos mediúnicos se apresentem com idéias muito elevadas, com pensamentos muito desenvolvidos, tudo sob forma elegante e, conforme o ensejo, surpreendente. Dizíamos que essa exigência nem sempre tínhamos condições de satisfazer e que desejávamos tão-só apresentar caso simples de envolvimento dos médiuns por inspirações subalternas, que eram altamente prejudiciais para eles. Contamos o caso do médico, Dr. Adalberto, que se deixou envolver por exigências descabidas das pessoas mais queridas, aquelas mesmas que deveriam servir-lhe de apoio na benemerência que fazia.



Vamos solicitar que o caro leitor amarre todos os fatos e estabeleça nexo que dê coerência a todo o conjunto. Veja que resultado interessante: o médium que se deixa envolver por situações de exigência com relação ao texto pode sucumbir a esse desiderato, por pensar que não foi capaz de atender com proficiência ao chamamento espiritual, quando, na verdade, o que mais fez na vida foi atender, com o espírito aberto, a todas as solicitações, de sorte que seu ministério foi de amor.



Veja se esse não está sendo o seu caso. Veja se não está desejando servir além de suas possibilidades de atendimento. Não queira competir consigo mesmo. Não estabeleça padrões para as mensagens. Registre-as conforme forem ditadas que, aos poucos, terá repertório muito grande e poderá, analisando cada situação em que se envolva, buscar texto que lhe inspire as devidas soluções para a superação dos problemas.



O que nunca deverá faltar é a prece. De início, citamos o dístico de Jesus do “orai e vigiai” e explanamos a respeito do “vigiai”. Fazemos, no encerramento, referência ao mais importante, no que concerne à ajuda espiritual que pode ser carreada para as situações aflitivas: é o “orai”.



Com isso damos por encerrada a nossa peroração e agradecemos a todos a boa vontade de nos terem acompanhado em nossa insidiosa busca de concatenar texto que, atendendo embora os reclamos dos mais intelectualizados, tivesse também o condão de despertá-los para a necessidade da simplicidade, pois, se o texto for arrevesado, como este que estamos ditando, poderá provocar enfado na maior parte dos leitores. Sejamos, pois, exigentes, mas da exigência inteligente da conquista dos atributos, para nos orientarmos para o bem da vida, e não sejamos simplesmente inteligentes para exigências descabidas.









COMENTÁRIO — MANUEL



Queremos ressaltar que Homero é o nome do irmãozinho que se apresentou para o trabalho, mas não se trata de seu homônimo que tem orientado equipe socorrista que freqüenta este “centro”. Este que lhes escreve é Manuel, também agraciado com inúmeros homônimos. Para nós, não é importante destacarmo-nos dos demais seres, menos ainda no que respeita a nomes, mas é bom distinguirmo-nos uns dos outros, para que se possa fazer juízo exato do desenvolvimento do espírito que se apresenta, dando-lhe as características que são os seus atributos na atualidade.



Dito isto, vamos comentar o trabalho de nosso Homero, criatura muito inteligente, que buscou elaborar mensagem baseada nos seus experimentos. Evidentemente, não atingiu nível muito satisfatório, estando pouco acima somente do medíocre. Não buscou tornar o texto integral, através de argumentação que fosse, na sua própria expressão, amarrando um conceito ao outro até a conclusão. Jogou com a inteligência do leitor para que, ao final, pudesse surpreender-se com a invectiva devolvida, ou seja “se você exige inteligência, exija-a de si mesmo, antes e acima de tudo”. O que pudemos dizer em uma palavra, precisou de todo um texto para desenvolver, no sentido de deixar que a sugestão ficasse implícita.



É por isso que não aceitamos este tipo de “malabarismo” textual. É interessante que se vise a atingir o maior número possível de leitores. Como está, a mensagem fica restrita e a maior parte dos que compulsarem ou manusearem ou folhearem o compêndio ficará “a ver navios”, pois não atinarão com todos os artifícios utilizados. Entretanto, não vamos servir, nós mesmos, de pretexto para que nos chamem de exigentes.



Se não optamos por texto gongórico é porque não estamos pretendendo nada mais do que convencer o leitor a se compenetrar de que o justo para si mesmo é pautar a vida pelos ensinamentos de Jesus, segundo a orientação que diuturnamente nossos mentores nos têm insuflado nos corações e nas mentes. Por isso é que vamos incentivar o nosso jovem excursionista das lides evangélicas a perlustrar, cada vez mais empenhadamente, os caminhos ínvios da imantação mediúnica, com a finalidade psicográfica. Pode ficar certo de que talento não lhe falta; o que precisa é burilar o estilo, para atingir a mente e o coração dos leitores.



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