Eu sinto como se o governo do Estado encontrasse dificuldade para garimpar no próprio Estado um líder, militar ou não, que se ajustasse bem ao comando da pasta da Secretaria de Defesa Social. Ao meu ver, isso seria um mau presságio de que há um espaço bem maior do que a ordem pública a zombar perversamente da sociedade. Isso é mau. Sinal da fortidão do crime organizado. Alimento da insegurança pública. Descrença para com o poder instituído.
Não será fácil ocupar a vaga do General Sá Rocha por alguém que, de livre e espontànea vontade, queira sê-lo. Em Alagoas, ser Secretário de Defesa Social é mexer com vontades institucionalizadas, ligadas a poderes económico-financeiros. Seria um risco de morte?
A verdade nua e crua é que a bandidagem nunca encontrou melhor ambiente do que esse que está aí, com a polícia civil em uma greve crónica e a população amedrontada.
Creio que deveria haver um conselho que agisse sempre em conjunto e que não dependesse mais de uma figura vulneravelmente isolada, como é hoje o comando nominal da Secretaria de Defesa Social. Acabaria o vínculo de que quem está mandando é esse ou aquele cidadão. O conselho agiria como um forte comando globalizado, interseccionando-se aos outros comandos já existentes e com fins parecidos um com o outro.
Sempre houve e vai haver bandidos, mas não com o número e a ousadia dos de hoje. O governo desarmou a população, pagou por suas armas, mas a bandidagem continua a comprá-las via Paraguai ou outros. Ser bandido profissional ficou mais fácil. E quando o noticiário mostra policiais presos em flagrante, enchendo essa casuística mórbida dos crimes contra o cidadão, chega a dar mais medo ainda e desesperança em mudança a curto prazo.
Oxalá o governo Teotónio Vilella acerte com a nova escolha e a sociedade alagoana sinta-se aliviada e muito. Passa da hora de alcançarmos um alívio diante do que já presenciamos nos últimos dois a três anos. Não podemos aguentar mais. É hora de um basta nessa situação imoral. Não entendo o porquê de termos polícias divididas, vestidas com fardas diferentes e comandadas por hierarquias diversas. Seria ótimo se o governo unificasse as polícias, todas elas e apenas um comando permanecesse vivo, o das Forças Armadas.
É lamentável o conteúdo humanístico do policial brasileiro e mais ainda o do nosso. Quem nunca teve jamais poderá dar a alguém. Nossos policiais carecem de uma reciclagem profunda, antes mesmo de ter salários mais dignos e decentes para continuarem trabalhando "em prol?" da sociedade alagoana. Boa-sorte ao novíssimo comando da Secretaria de Defesa Social!
