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Humor-->BEBEDORES (Classificação de Botica) -- 29/06/2005 - 10:51 (Second Dupret) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Variações sobre um tema já bem escrito por outros autores:

BEBEDORES (Classificação de Botica)

Inspirado por um colega de trabalho, decidi fazer uma análise dos bebedores. Não de um bêbado específico, mas a classificação dos bebedores. Bebedores inspiraram e inspiram as rodas de bar. É claro que quando numa roda de bar, ela pode se apresentar com outro formato, quadrada, oval, elíptica, bidimensional, tridimensional e os destinos do mundo ficam incertos.

Nem sempre é redonda a roda de bar. Os bebedores se reúnem para um culto, que raia os mistérios das doutrinas religiosas, cultos pagãos. Na verdade, no passado, na antiga Grécia era adorado o deus do vinho, Baco.

Hoje em dia bebe-se, fala-se muito, ri-se muito e tecem-se elaborados comentários e hipóteses sobre assuntos variados, identificáveis, como: o comportamento da mulher; o governo do PT vai dar certo? O que o Bush quis dizer com papai eu ataco? , ou como o Sadam deu o Husseim! E por aí vai!

Existem vários tipos de bebedores. Como classificá-los? Ora, como classificamos a ordem natural das coisas, das mais simples até as mais complexas. Portanto, como observadores, o empirismo nos leva ao seguinte:


Bebedor de primeira viagem: Novato, para ele cerveja não é ainda uma bebida. É uma experiência que o leva a se desligar do mundo, mudando sua personalidade. A pessoa ri muito, fala muito, mais do que deve, conta segredos que nunca deveriam ser contados, não consegue guardar nada para si. Esquece-se de que para beber bem, é bom também alimentar-se. Como não se alimenta, fica logo tonta e vomita com facilidade. É o tipo que bebe ocasionalmente, talvez uma vez por semana, mas evolui.

Bebedor equilibrista: Este já bebe porque gosta. Diferente do bebedor de primeira viagem, tem como filosofia que existe vida lá fora. Beber sim, mas não simplesmente por beber. Inquieto, acha-se incomodado com bebedores em mesas vizinhas que não conseguem enxergar seu ponto de vista. Mas, do mesmo modo que o bebedor de primeira viagem, não consegue se alimentar como deveria. Normalmente bebe uma ou duas vezes por semana. Sai para paquerar. Poderia ser chamado do bebedor social. Apesar der ser equilibrado, cai com facilidade. A cada pinga um tombo.

Bebedor politizado: Verdadeiro freqüentador de rodas de bar. Usa da hipocrisia, com argumentos astutos para fazer discussões políticas, filosóficas ou existenciais. Sofismático, mestre da falácia, maquina constantemente contra o governo. "Hay gobierno, soy contra". Costuma causar irritação aos freqüentadores mais equilibrados. Bebe sozinho pois raramente alguém agüenta a figura. Entra no bar, vem vestido e enrolado com a camisa de seu partido. Olha para todos com um ar superior, porém sorri para todos. Quem sabe um dia não se candidata?

Bebedor chato: Este ninguém agüenta. Depois de tomar todas sai rolando pelas mesas de outras pessoas desconhecidas, a pretexto de pedir um cigarro ou fósforo, acaba sentando e toma outro porre. É um solitário. No dia seguinte, normalmente, está com ressaca moral, e promete que nunca mais vai beber na vida. O pior, fala alto prá danado incomodando até quem passa na rua.

Bebedor inveterado: Para este, o intuito primeiro da roda não é a conversa, não é o clima, mas sim é a cerveja. Vamos beber por beber. Seu lema frequentemente é: "Vamos beber que o mundo vai acabar!" - Geralmente briga com o garçom pela temperatura da cerveja ou pelo tamanho da dose, pelo colarinho. Se irrita quando o copo fica vazio e não chega logo um outro geladinho. De dia está estragado, tremendo, chegando a delirar. Passa a manhã se lastimando, bebendo rios de água. Este tipo se embebeda todos os dias, para se acabar em porres gigantescos no final de semana. Depois lá pelas tantas filosofa: de que me lembro? É!!! corre o perigo de perder os dentes da catraca. Ou achar uma nota de cem no bolso da camisa! Acima deste nível só as eminências pardas podem chegar.

Bebedor estragado: Este não resiste a qualquer convite, por mais importuno que seja o horário, por menor que seja o motivo, para tomar uma loira geladinha e discutir sobre os destinos da humanidade. Não tem dia ou hora. Diariamente toma algumas, chegando a tomar um porre por dia. Almeja a perfeição. São luminares na universidade da cachaça. Normalmente, além de tremer e delirar durante dias, esquecem tudo que falam ou vão fazer. E a catraca já era! É claro que já melhorou de vida, cansado de encontrar notas de R$ 100,00 no bolso nos dias seguintes aos porres. Cerveja? Qualquer marca serve. Mas prefere aquelas mais pesadas, pois o porre no dia seguinte é pior. Poucos no mundo chegaram a este nível. Tem um lema permanente de que eu preciso dar um tempo . Diz que não vai beber mais, não mais que, e tão somente, a quantidade que já bebe normalmente. Água nem pensar!

Bebedor fanfarrão ou valente: É aquele que quando bebe perde a timidez e começa a dar duro na mulher e nos filhos e amigos, prometendo matar até os defuntos à facadas. Liga para o namorado da filha ameaçando dar-lhe uma surra, chamando o pobre rapaz de cabra safado . É muito comum, quando sóbrio, vê-lo em casa vestido com um robe roxo, um pano vermelho com bolinhas brancas amarrado na cabeça, e pantufas cor-de-rosa, lavando pratos na cozinha. O guarda-roupas é cheio de guimbas de cigarro e latinhas de cerveja vazias que servem de cinzeiro, ficando espalhadas por todos os cômodos da casa onde mora. É uma das expressões máximas dos bebedores. Acumula todo o conhecimento de uma vida em rodas de bar. Verdadeiro boêmio inveterado.

Bebedor timbú (gambá): Também conhecido como autômato, piloto automático, navegador cego. Já ultrapassou todos os portais sagrados da iluminação na cachaça. Vive em porre permanente. Depois de suas rodadas de bar não sabe nem como nem quando chegou em casa. A última coisa que se lembra é de ter combinado com os amigos para sair e tomar uma em pé ao lado do balcão do bar. É daqueles que sai de casa às 6:30 da manhã para comprar pão na padaria e só aparece em casa no dia seguinte. Sem o pão. Comumente é conhecido com Tio Sukita ou suquinho de tomate . Fura com freqüência os compromissos de roda de bar, pois ao entrar no carro liga o piloto automático e só acorda quando chega em casa. Porta carteira de grumete e dirige uma banheira Caravan, na esperança de quando se aposentar pilotar um banana boat próprio em Maricá.

E por aí vai. Qualquer contribuição à esta lista, amigos, será bem vinda.




© Second Dupret
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