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Infanto_Juvenil-->REVOLUÇÃO SEM PORCARIA -- 13/05/2005 - 14:34 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REVOLUÇÃO SEM PORCARIA


No tempo da porcaria Sujinho era um porquinho sapeca, com quem todos os outros adoravam brincar.
Nesse tempo o porco que fosse mais porco, fazia o maior sucesso. É por isso que todas as brincadeiras eram na lama... E quanto mais podre fosse a lama, mais os porcos gostavam. E rolavam, escorregavam, brincavam de tobogã.
Na barriga do Sujinho, moravam três alegres lombrigas: Leleca, Teca, e Meleca. Elas brincavam dentro do porquinho, nas nojentas brincadeiras que inventavam.
Mas o tempo passa... E passou...

E Sujinho já adulto, esperava ansioso como todos os pais, o momento do nascimento do seu primeiro filho. E nasceu uma linda fêmea, e para preservar a tradição e o nome da família, recebeu o nome de Sujinha Porca Filha.
A filha era a cara do pai. Honrava o nome e a tradição de sujeira da família. Como o pai, jamais tomava banho. As orelhas eram um cascão só. E os dentes, eram uma imundície... Tinham bactérias de todo tipo. E o bafo então!... Parecia o hálito de um urubu de ressaca... E era por isso que na barriga da porquinha, Leleca, Teca e Meleca, já tinham netas.
Mas como o tempo não pára... Não parou...

A porquinha também cresceu, e na sua barriga, um filhote também se formava. Só que havia briga dentro dela, porque as bisnetas das lombrigas queriam mais espaço. E é por isso que elas ficavam alegres, e esperavam eufóricas a hora que iria nascer mais um da família dos sujos, para que elas se multiplicassem com mais folga.
E o porquinho ainda na barriga da mãe, ouvia as conversas das suas nojentas vizinhas, e morria de nojo delas.
Um dia ele não suportou mais, e disse:
_ Não gosto de vocês!...
Elas escorregavam umas por cima das outras e respondiam:
_ Não faz mal, meu bem, tem muita gente que gosta!...
_ Nojentas!... – ele falava.
Mas foi nesse dia que o porquinho resolveu mudar a história. Ainda antes de nascer, pensava num jeito de acabar com a raça das intrusas.
E o tempo que não espera... Passou...

E chegou o dia em que o porquinho finalmente sairia de perto da suas indesejáveis e nojentas vizinhas. E nasceu forte e bonito. Limpo e feliz.
Um dia, o pai conversava com a mãe, a respeito do filhote:
_ Como é lindo o nosso filho, você não acha?...
_ Acho sim. Mas ficará melhor, depois do batismo de lama.
O filhote que ouvia a conversa, começou a chorar desesperado sem que os pais soubessem o motivo.
No outro dia, os pais conversavam novamente:
_ Como será o nome do nosso filho?
_ Que tal, Sujinho Porco Neto?
Para surpresa e espanto deles, o bichinho tirou a boca da teta da mãe, e falou pela primeira vez. Ou melhor, gritou pela primeira vez:
_ Eu não vou brincar na lama coisíssima nenhuma!... E quero os meus direitos de porco moderno, e sou eu mesmo quem escolho o meu nome. Não vou ser Sujinho coisa nenhuma. Vou chamar, Suíno Porcolino!...
Os gritos foram tantos, que os pais resolveram colocar esse estranho nome de Suíno no filho, quebrando a tradição da família dos Sujos.

E foi assim que começou a história da revolução dos suínos. Mais tarde Porcolino começou a mostrar a todos que era melhor, muito melhor ser limpo do que sujo. E deu exemplo de comer e escovar os dentes, tomar banho... E lutou para que acabassem com os chiqueiros cheios de lama, e as comidas de lavagens que antes os porcos comiam.
E os tempos mudam... E como mudaram!...

Hoje, os porcos vivem a boa vida das granjas limpas, recebem rações balanceadas, e ninguém ouve mais falar de lombriga de porco...
E como homenagem ao nosso herói, os porcos de hoje são chamados de suínos...

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Adelmario Sampaio
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