A MARCHA PELA PAZ
Filemon F. Martins
Quem acompanha o noticiário da Televisão e lê jornais sabe o momento delicado que o mundo está vivendo. Em São Paulo, o povo paulista fez passeata contra a guerra e a matança de pessoas inocentes, saindo do vão livre do MASP até o Parque do Ibirapuera. É preciso refletir sobre os acontecimentos dos últimos tempos. Os Estados Unidos, sob qualquer pretexto, querem invadir o Iraque. Alegam que o país de Saddam Hussein possui armas de destruição em massa. O que se vê, na verdade, é que o Iraque é um país vivendo em pobreza, embora seja rico, em razão de conflitos, guerras e sanções econômicas impostas pelos EUA. Parece que a questão é outra: O mundo hoje está, como se diz em linguagem moderna, globalizado. Propaga-se a idéia de que o que está no país, não lhe pertence mais, como antigamente. E sabe-se que a antiga Mesopotâmia, atual Iraque é o 2º maior possuidor de reservas petrolíferas do mundo.
Os alemães construíram a Estrada de Ferro Berlim-Bagdá, abalando o monopólio das empresas exploradoras de petróleo, em favor da competição germânica. O suficiente para despertar e acirrar as disputas mundiais.
Esse quadro nos obriga a pensar. O Brasil é um país geograficamente bem localizado. Rico em florestas, rios, plantas medicinais, minérios, em água e riquezas naturais. Já existem questionamentos a respeito desses bens do solo brasileiro. De acordo com Aldo Rebelo, presidente da Comissão de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, “ O Brasil tem ativos de grande valor estratégico que já estão sendo alçados à condição de patrimônios globais sobre os quais se começa a questionar o direito soberano de um só país.” O capital estrangeiro, com anuência do último governo, tem direcionado seus investimentos maciçamente no Brasil. Quem garante que não estão de olho na maior reserva mundial de água doce, a Amazônia ?
O Brasil é um país tradicionalmente pacífico, mas é ingenuidade pensar que não estamos entrando numa situação de cobiça e ganância semelhante a do Iraque. Nosso “petróleo” é outro, não há dúvida. Mas já há ingerência no país através da Administração (FMI) e da Língua Inglesa, além de outros interesses comerciais.
Estamos assistindo possivelmente o fim da paz mundial. O presidente americano George W. Bush afirmou que os Estados Unidos estão prontos para invadir o Iraque, independente da decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, sob o pretexto de que levarão a paz aos habitantes do Oriente Médio. Tornou-se uma obsessão do presidente americano, que não conseguiu capturar Bin Laden, riscar do mapa o Iraque, apossando-se do petróleo iraquiano.
Tomara que a passeata feita em São Paulo possa contribuir, por pequena que seja, para evitar a guerra e possa salvar a vida de pessoas inocentes, preservando a paz no Planeta Terra.
|