Rendo homenagem a Catulo,
que, era, também, da Paixão
Cearense, mas, nasceu
na Atenas (no Maranhão),
que no verso sertanejo
não teve comparação.
Que leiam Terra Caída,
ou, então, Sertão em Flor,
para dar só dois exemplos
desse grande trovador
que, no Luar do Sertão
(em parceria com João)*,
também foi compositor.
E escreveu com correção,
por ter seu lado erudito:
- em soneto como A Concha
- um trabalho tão bonito -
está nas antologias,
a torná-lo quase um mito.
Até se considerava
ser o Plauto brasileiro
por sua verve latina,
por ser poeta brejeiro,
e, de fato, em seu estilo,
no rol da fama é primeiro.
Houve, certo, seguidores
{gente de muito talento)
como foi o Zé do Norte,
que teve grande momento
como no poema A Cacimba,
com malícia e sentimento.
E o poema do analfabeto
que matou a mulher pura
e só soube na prisão
quando foi feita a leitura
de bilhete que ela fez
recusando uma procura...
Vi Chico Frô encenar
o poema dito acima
(cujo título não lembro)
e vi no ambiente o clima
de muito soluço e choro
e até desmaios por cima!
"Não há primeiro sem segundo"
diz o dito popular.
De segundo de Catulo
Zé do Norte tem lugar,
por escrever poesia
de fazer rir e chorar!
* Refiro-me a João Pernambuco, autor da música de Luar do Sertão(letra de Catulo). |