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Poesias-->IPITANGA -- 26/06/2001 - 22:51 (Nelson Haroldo C Anjos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
IPITANGA



Para Gau



A noite é cantata.

Enquanto a noite devorava o por do sol

e descia em negrume como um riso no preamar.

No indo e vindo das ondas,

a lua se despia do velame de corpo inteiro

e sobre as areias da praia de Ipitanga

o mar gemia na luz dos teus beijos!



Era o contemplar,

aquele mar em frente, aquela aquarela

de cores mil, marulhando, ora verde, ora azul...

Estrelas enfurnadas na tua janela

pulsavam com os teus olhos noturnos

sobre as areias branquinhas de Ipitanga,

onde tão-somente ouviam-se os murmúrios

da brisa salgada e do balançar das ondas.



Teus olhos e meus olhos

se comiam, deslizavam suaves

burilando nossos corpos,

pulsavam fagulhas sob o luar de prata.

E nossos olhares em chamas

com toda volúpia solando a primeira sonata!

Explodíamos de gozos enfronhados na rede,

enquanto a lua totalmente nua na varanda,

morria de ciúmes em pleno frenesi de desejos!



Lábios ávidos

e corpos germinando

pólen, brisa e ventania.

Eram os teus uis... os meus ais

aos primeiros raios de sol do dia

ecoando pelos sete mares!



Nhca/Jan/01



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