Entramos mesmo em 2008 com gás total. Temos, já em pleno funcionamento, o primeiro vóo regular para a Antártida. Ele nasce em território australiano e por enquanto apenas levará para aquele continente gelado (ou melhor: derretendo-se) cientistas e autoridades convidadas. A romaria dos cardeais pretendentes a passageiro desse vóo ainda não é possível. Quem sabe logologo? Que suas excelências os turistas o aguardem!
E a polícia paulista recuperou os dois quadros roubados do MASP. O colhedor de café de Portinari e a tela que retrata Suzanne Block, pintada por ninguém menos do que o grande Picasso, já podem ser vistos pelo público nas paredes expositoras daquele museu. Que bom! Seria bem melhor se outras coisas também acontecessem com esse mesmo ritmo em nosso país.
Há outras notícias que os noticiários regional e nacional nos mostram tão estapafúrdas que, ao ouvi-las, nem sei se estou sonhando ou acordado. E em um solavanco de resposta, os guerreiros das FARC, após mentirem para o mundo sobre a posse do menino Manoel, resolveram entregar as duas mais famosas presas políticas que estavam em seu poder. Talvez, quem sabe, não tenha sido essa resposta rápida por parte daqueles guerrilheiros uma maneira de desenlamearem-se de sua última grande farsa?
E é bem melhor para a saúde e para o paladar não nos empanturrarmos de pão com o couvert, quando visitamos bons restaurantes. É melhor andarmos com maior cuidado e menos pressa para degustarmos o prazer do instante vivido e que ele nos possa ser mais representativo. E por falar em energia, estou fortemente desconfiado de que, se as chuvas não forem generosas com o nosso país, essas usinas termoelétricas criadas no governo Lula para tentar remendar a oferta baixa de energia, não adiantarão de tudo.
O apagão ainda não nos é coisa do passado. Basta termos um ano com mais estiagem para que seu fantasma apareça e toda a sociedade especule sobre a demanda nacional de energia. Sei não, mas tomara que o céu seja generoso e haja chuva e chuva em abundància, porque senão neguinho vai sofrer com racionamento de energia.
Que tudo ande é salutar. Correria para se desenvolver é perigoso. Vejam a China e seus problemas atuais derivados do seu desembesto desenvolvimentista.
Bem que seria proveitoso para a Nação como um todo que o governo criasse um ministério para o futuro e que ele controlasse nossas possíveis faltas em termos de energia, incluindo-se aí a de alimentos para nosso grande rebanho de homens e de irracionais. Não nos adianta ser o maior exportador de carne do mundo se para isso tenhamos que desmatar a Amazónia para criarmos gado. O mal que chegou poderá destruir os maiores e mais diversos sonhos.
Há de ter-se pressa para alguma coisa como para achar fórmulas eficientes de combate ao crime organizado, Ã corrupção, etc. Eu creio que até para engendrar essa prática deve-se ter cautela. Que o mundo tem de evoluir e desenvolver-se, todos nós sabemos, mas, Ã s custas do que nos seja ilícito ou não-saudável, jamais. Crescer para morrer na praia não nos serve, nem a nenhuma nação.
