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Cronicas-->O Mito da Caverna -- 22/01/2008 - 17:56 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
--Consciência, o que será? Os neurologistas defendem que a consciência seria um processo holográfico, isto é, uma projeção de uma soma de sentidos mais vivencias mais recordações mais aprendizado, tudo isto determinado por cem bilhões de neurónios com trilhões de conexões entre si, o que torna o cérebro humano o mais formidável computador jamais feito por qualquer INTEL, o que diria AMD, capaz de monitorar o meio ambiente que o cerca e em nosso caso, pensar sobre o mesmo ambiente e até interagir com ele e no caso de nossa espécie, destruí-lo sistematicamente, metodicamente, em procura do lucro desmedido ou do "progresso" da espécie humana. Bom, esta última parte foi minha convicção pessoal. Eu acho que a consciência é determinada pelas conexões cerebrais e pela contínua evolução de nossa espécie na Terra. A consciência nos faz pensar sobre nossa presença no Universo e nos faz temer o futuro, a finitude, porque nossos cérebros são dotados de conexões que nos fazem ter emoções e nos fazem sentir além de compreender o significado das coisas. Estou lendo "O Caçador de Andróides" de Philip K Dick em que andróides quase humanos fogem para escapar do inevitável e fingem ser humanos, coisa que conseguem à perfeição, em razão da deterioração moral alcançada por nossa espécie. Acho que o que está em discussão é: A Consciência precede a matéria ou ela que cria a consciência?
--Nossa, que conversa fiada: Tudo isto para dizer que já não quer mais transar comigo? Só porque eu pedi que você colocasse as mãos na consciência?
--Você interpreta tudo ao pé da letra.
--Você que é um pé no saco. Chato!
--Assim, não há diálogo!
--Papo furado! Eu estou aqui, vim até aqui e você vem me falar de matéria versus espírito! Se ligue, Mané!
--Por quê você vem sempre com este papo?
--Qual?
--"Se liga, Mané!". Já lhe disse, meu nome não é nem Mané, nem Joaquim.
--Sou eu quem leva tudo ao pé da letra...
--...E sou eu que sou um saco.
--Olha, olha, querido, tudo bem! Vamos acabar com esse papo aranha.
--Essa conversa que não leva a nada.
--Pois é.
Silêncio. Um cigarro brilha na escuridão (cortaram a luz faz uma semana)

"SUSPIRO".

Barulho de fósforo riscando.

--Porra, vai fumar umzinho? Agora...? neste breu? Você não se enxerga não?
--No escuro, não, querida.
--Olha, francamente...

Silêncio.

"SUSPIRO"

Alguém traga furiosamente.
--...Mas pense bem, se você esvaziar sua mente...Quer um traguinho?
--Hein? Não acredito.
--Ah benzinho, só um tapinha, vai, que não dói.
--Que conversa de maluco é esta? Primeiro vem com a história de consciência e agora, quer rumar em direção ao não palpável?
--Exatamente. Como no Mito da Caverna, ficaremos no escuro, aqui, contemplando as sombras que surgem e imaginando que monstros poderão surgir em nossa vida, imaginando quão pequenos somos perante as sombras do Mundo etéreo lá fora; assim, em busca do conceito puro, poderemos expurgar de nossa mente todo o lixo...
--...Eliminando o ego. Está gozando que sou budista?
--Pelo contrário, estou vendo que sua cabeça gira para a direita e a minha, gira de cima para baixo, de modo que os spin de nossos elétrons cerebrais nunca se cruzam...Opostos que se atraem!
Risadinha...
Mais uma tragada no escuro, brilha a face dos dois que discutem...

"SUSPIRO"

RISADINHAS...

--Puta que o pariu, bateu legal. Cara, você não tem jeito! Vem agora com Sófocles...
--Não é nem Sófocles, nem Sócrates, é Platão e seu Mito...
--Escuta, que coisa, não podemos conversar dois segundos que discordamos...
--Já disse, giramos em sentidos diferentes...

"SUSPIRO"

Longo silêncio, entremeado de tragadas económicas. Alguém tosse.

--Que brilho é este?
--Meu relógio de pulso. Comprei em uma feira em Hanover...
--..E nem luz tem mais no apartamento. Você já se deu conta da merda em que se meteu?
--Bom, é uma questão relativa.

"SUSPIRO"

--Me dá um abraço?
Barulho de beijo. No escuro. Na sombra. Roupas que se roçam, um pequeno gemido no breu do apartamento na noite da cidade da caverna do mito: Um rito se dá.

Jaz a brasa no cinzeiro.
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