O vazio tá cheio de silêncio,
assim como o silêncio tá cheio de vazios.
Parece um paradoxo inútil de análise,
mas como entender o nada
se não conceber que este existe
e é pleno e gordo
tem de tudo e de nada um pouco,
como coisas comuns que esquecemos de tratar:
uma onda que quebra no mar,
um palhaço que insiste em chorar,
um estrela que se apaga, quando vem a espocar.
Somos uns desligados de tudo que é "elementar"
porque nos criaram assim:
só reparar quando nada mais há para fazer,
então, vou me esvaziar
ao invés de me encher! |