Limeirinha, sou espada,
não sei escrever caipira.
Houve engano de sua parte
e peço que não me fira
porque não temo desforço:
- me chamo Geraldo Lyra.
Foi um poeta de Campina
Grande, que um dia falou:
"O Zé Limeira não existe,
foi um vate que o inventou,
para escrever só loucuras
de que a gentalha gostou."
Por mera coincidência,
o novo Zé Limeirinha
pensou que eu falava dele,
quando nem pensado tinha
porquanto, no meu cordel,
não falo em gente mesquinha.
Do "poeta do absurdo"
é que trato em meu escrito
e não de um clone matuto
que nada tem de bonito
ou engraçado no verso
de linguajar esquisito.
Escrever em sertanejo
não é fácil, alma penada:
- você o pratica mal,
por não ter arte apurada,
é só folcloristazinho
de palavra alinhavada.
Para dizer o que acho
de se adotar nome alheio,
é uma atitude medíocre
(pra não dizer termo feio),
de quem quer aparecer,
mas, é bem fraco no meio! |