Em nossas relações diárias no trabalho, muitas vezes escutamos que determinada pessoa que ascendeu ao cargo de chefia não é mais a mesma. Não é raro comparar-se a pessoa do chefe antes e depois da promoção.
Com certeza essas pessoas que assim comentam esqueceram que o homem profissional é bem diferente do homem pessoal, ainda que se trate da mesma pessoa. Quem está incumbido de determinada responsabilidade não pode priorizar única e exclusivamente as relações de amizade; deve antes de tudo atender a necessidade do profissionalismo.
Em suas relações pessoais o homem da ênfase aos valores pessoais, ao apoio incondicional às amizades ou as coloca em primeiro plano. Pode deixar de admoestar determinado colega por ele ter chegado com atraso àquela festa de aniversário, ou até mesmo perdoá-lo por ter faltado ao futebol de fim-de-semana.
No trabalho é diferente, pois ainda que se tenha amizade, o profissional jamais poderia relevar o funcionário que teima em chegar atrasado ao trabalho ou que não guarda o devido respeito pelos colegas. Dentro de uma empresa têm-se regras a serem seguidas por todos, e profissionais investidos da função de fazerem com que estas regras sejam obedecidas, cabendo, inclusive advertir aqueles que não se comprazem em agir de acordo com o que a empresa determina. Ainda que proceda com pesar ao advertir determinada pessoa, o homem profissional age cordial e imparcialmente, pois o dever profissional é prioridade no trabalho.
Assim como se comporta imparcialmente para fazer observar as normas, o Homem profissional também se despoja de qualquer conflito pessoal dentro do ambiente de trabalho, ou seja, não permite que qualquer problema de ordem particular com o colega de trabalho interfira em sua relação profissional com ele. Nem mesmo leva em consideração uma desavença na hora de advertir ou orientar o subordinado. Se ocorrer algum problema de ordem pessoal entre colegas de trabalho, a atitude que direciona o profissional é a de intervir para manter em harmonia as relações de trabalho, sem intrometer-se na vida pessoal alheia.
Mas não é apenas o chefe ou empresário que está adstrito ao dever de ser profissional. Os subordinados também devem manter o profissionalismo, pois se pretendem ascender a um cargo mais elevado, em primeiro lugar devem mudar como profissionais e se fazerem respeitados por chefes e colegas. Ainda que não se tenha a pretensão de uma promoção, todos devem priorizar o profissionalismo como forma de evitar que qualquer problema de ordem pessoa interfira em seu trabalho.
Se não sou chefe, se não exerço cargo de fiscalização ou não tenho responsabilidade na direção de serviços de outras pessoas, não significa que estou descomprometido com o dever profissional. Manter-se profissional nesse caso seria ter qualidades como a pontualidade, a assiduidade, o respeito aos colegas, a atenção ao serviço, a convicção de sempre fazer o melhor. O profissional age sem esperar qualquer recompensa, porque sabe que ser reconhecido como profissional é sua meta maior.
É claro que o chefe não deve ser o ditador tirano que persegue a todos e desconsidera os subordinados, e nem o subordinado é aquele que declina elogios incondicionais aos chefes e patrões. Antes de tudo, quem assim procede não é profissional. Os profissionais são amigos, cordiais e abnegados. São pessoas amigas sem deixar de ser profissionais responsáveis.
