Ele andava solitário pelas ruas de Paris. Pensava nela. Por onde quer que andasse, pensava nela. Esperava encontrá-la a qualquer momento, como por milagre, numa dessas incríveis coincidências do Destino. Sempre que estava num Café, não despregava o olho da porta. E se ela entrasse, o que ele faria?... Sentia as pernas tremerem. E se ela não o reconhecesse?...
Será que ela o reconheceria no meio de tanta gente? O que pensaria se o visse assim cabeludo, com a barba por fazer, num lugar tão estranho? Mas o que é que ela estaria fazendo por aqui? Por que pensar nela agora? Como foi mesmo que começou a pensar?
A verdade é que ele a via por toda parte. Em frente à Notre Dame ela sempre sorria, chegava a acenar-lhe. Seria um sinal para que se aproximasse? Seria um adeus? Ele sentia vergonha. Tinha medo de entrar na igreja e ouvir sua voz ressoando. Tinha medo de ver seu vulto aparecendo e sumindo. Suava frio, sentia calor.
Queria falar com ela. Não... ela não precisava dizer nada, ele também não saberia o que dizer.
Queria apenas que ela aparecesse de verdade.