A voz ao telefone disse que o Paulo não estava. Querendo adiantar o assunto, José quis falar com a Lourdes. Aqui não tem nenhuma Lourdes, respondeu a mulher um tanto hesitante. Eu sou a Lúcia, não quer deixar o recado?
Agora quem estava hesitante era José. Lúcia... será que o amigo tinha trocado de mulher? Não, quero falar com a Lourdes. Então o senhor está enganado. É... queira desculpar.
José desligou o telefone encafifado. Desgraçado do japonês, nem avisou nada! Não pensou no vexame dos outros, o safado.
Mais tarde, perguntou se eu sabia daquela troca. Eu não! Até os achei bem contentinhos da última vez que os vi.
No dia seguinte, meu marido ligou do escritório. Sabe aquela história do Paulo Katayama?... e ria sem parar. Ele trocou mesmo de mulher, eu quis saber. Não, não, José não parava de rir. Eu é que troquei de japonês!
Como assim? Em vez de telefonar pro Katayama, liguei pra casa do Kobayashi! Também, é tudo Paulo e tudo japonês!
Caí na gargalhada. Putz! e agora? Quem será a Lúcia? A mulher do Kobayashi é a Glória...
Logo em seguida, encontrei o Paulo e Glória no elevador. Eles discutiam. Já não te disse que não conheço Lourdes nenhuma? E ela: sei não... mas sua filha disse que o homem foi bem claro, queria falar com a Lourdes!
Tive que me controlar para não rir. José arrumou a confusão, ele que a desfizesse.