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Contos-->Beijo da morte -- 03/04/2018 - 18:19 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A convite de ex-colegas do marista, Ravenala foi ao baile com um grão de sal debaixo da língua e uma folha de arruda na orelha. As músicas que ouvia continham letras de muito mau gosto  e nenhuma melodia, uma  barulheira infernal.

— Este é Erich Daniel meu colega de faculdade. Erich, esta é Ravenala... Ravenala, este é Erich e aquela é Ramayana! — disse Morgana.

A voz de Daniel pareceu familiar. Talvez o tenha visto na loja de informática procurando por uma Lan House. Seria Daniel viciado emInternet

Jovens perdem dinheiro em apostas virtuais, namorados perdem suas namoradas; maridos, suas mulheres; e crianças se tornaram vítimas de pedofilia, depois de fazerem amizade com adultos pelaNet.

Tudo começa com joguinhos “inocentes”, até chegarem às cenas eróticas... Crianças interagindo com adultos, tornando-se presas fáceis desses monstros virtuais. Pensava ela enquanto estava no baile.


Ravenala não conseguiu ficar muito tempo na Lapa. Estava em falta, tinha o compromisso consigo mesma de escrever, pelo menos, uma página de seu livro por dia. Saiu levando Morgana.

A banda tocava a muitos decibéis acima do suportável pelo ouvido humano. Jovens rapazes e moças usavam drogas e faziam sexo explícito. Ravenala baixou as vistas, ocultou-se atrás de Morgana e sentiu que estava em um mundo que não era o seu.
— Não achou nada estranho?
— Em quê?
— No nome.
—Que nome?
— KISS é o nome da boate.

— Não reparei. Tenho trauma de língua estrangeira, por causa de um professor que comparecia duas vezes por mês à salda, uma para dar aula e a outra para aplicar a prova. Nunca corrigia as provas. E o diretor se via na obrigação de atribuir notas... Mas... Para mim, kiss  significa beijo. Nada mais do que isso. Não me arriscaria muito na tradução do inglês.

— Em princípio, seria beijo. Se KISS não fosse sigla da banda  Cavaleiros a Serviço de Satã. Tradução do inglês Knight In Satan Service.
— Virgem Maria! Cruz credo. Não volto mais aqui.
— Nem eu!
Ravenala estava determinada a não escrever nenhum capítulo sobre o baile Falar mal de futebol, carnaval e música funk é colocar uma corda no pescoço e os pés no cadafalso; cair no esquecimento ou ter seu livro jogado na lixeira como as páginas policiais do jornal que Robert   comprava.  Muitos espectadores  querem ver a beleza das cores que passam pelo sambódromo, outros que o carro alegórico estoure e os foliões voem aos pedaços. Ela não gostava de preconceitos. Tinha conceitos de beleza, conceitos do Bem e do Mal. Conceitos  sobre a coisa de seus desejos, e, aos poucos, sentia-se imaculada, como nos primeiros dias de Eva no paraíso.
***
Adalberto Lima, fragmento de "Estrada sem fim...)
Adalberto Lima
Enviado por Adalberto Lima em 03/04/2018
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