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Cronicas-->Uma aspiração minha... -- 22/01/2001 - 04:25 (Georgina Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tenho ensaiado versos de amor como quem se propõe a estudar a estrutura dos átomos ou cálculos matemáticos avançados. Gostaria mesmo de sair aprovada no meu intento, mas sou por demais crítica com os que tenho feito: acho-os todos horrorosos e assusta-me banalizar sentimento tão íntimo e mobilizador. Além do mais, a maior parte dos poemas amorosos que leio não me agradam. Não me parecem soar verdadeiros devido à carga de narcisismo que carregam, deixando-me a impressão de que se não fosse A, seria B, ou C ou D, o objeto tão desejado. O que se pretende é o enaltecimento da capacidade de se sentir romàntico e o preenchimento de uma grande lacuna existencial. Para isso todos os artifícios são válidos, desde o gerar culpa pelas situações de abandono ou ainda o lamentar queixoso com relação ao desnível de intensidade da paixão entre os parceiros.

Isso não impede, entretanto, que eu almeje escrever lindos versos de amor... Seriam eles, deliro desde agora, calcados no dia-a dia e com um mínimo de imagens utilizadas na grande maioria deles. Tal pretensão, a meu ver, constituiria-se num fator complicador, pois obrigatoriamente o meu poema abrigaria uma estrada e cantos de cigarra. Isso não lhe pareceria lugar comum, caro leitor? Além disso,a presença de olhares cúmplices e confiantes também seria completamente imprescindível, o que não poderia ser considerado nada original...Entretanto, provavelmente seriam mais fortes e inteligentes do que o que se propaga por aí, excluída a expressão estúpida normalmente vinculada às relações amorosas. E ainda como fator diferencial, inexistiria na minha poesia o medo da perda ou quaisquer inseguranças ridículas, pois estaria - não sei como! - subentendida nos versos, a certeza de estarem os amantes concedendo um ao outro a melhor escuta, o mais carinhoso toque e a mais profunda das afeições. E durante o decorrer de todo um dia,seriam selecionadas pelos enamorados as melhores passagens, para serem entregues entre si como flores raras recolhidas. Ao recebê-las, a atencão e os sentidos manteriam-se apurados ,com as experiências de vida festejadas ou lamentadas, as mãos sempre firmemente enlaçadas...

A sensação de se poder fazer ainda mais pelo outro não envolveria culpa, mas motivação de vida. Certamente corre pelo mundo uma linda música, ainda desconhecida por ele, que o encantará até o fim dos dias - será um blues do Buddy Guy? Ou virá às telas, devendo-se ficar atento para esse fato, um grande filme, destronando o seu tão preferido Laranja Mecànica, do Stanley KubricK. Ou então...

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