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Humor-->Quanto terão de pagar a Nossa Senhora do Caravaggio ?!... -- 16/05/2005 - 09:18 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



À fantástica história do futebol português faltava, à guisa de inolvidável peripécia, que uma entidade sobrenatural formalizasse um vínculo contratual com a Federação Portuguesa de Futebol - FPF, desiderato que significa mais um gigantesco passo em direcção à definitiva afirmação de Portugal na qualidade de potência futebolística a nível planetário. Trata-se de Nossa Senhora do Caravaggio, Virgem que apareceu a uma humilde camponesa da localidade italiana de Caravaggio, no século XV, e cuja devoção foi levada para o Brasil por emigrantes italianos.

Os portugueses ouviram falar pela primeira vez nesta santificada versão, quando o actual seleccionador nacional, Luiz Felipe Scolari, ele também descendente de italianos, confessou a sua devoção à santa e mostrou a pequena imagem que sempre o acompanha nas lides quotidianas. Terá sido através de sua influência que Portugal foi colocado na final europeia, a qual acabaria por perder para esse colosso do futebol mundial em que inesperadamente se tornou a selecção grega.

Para o presidente da FPF, Gilberto Madail, a assinatura do chorudo contrato significa que “Portugal poderá contar a partir de agora com os exclusivos préstimos da santa, a qual continuará a desenvolver o trabalho realizado até aqui, exercendo a função de conselheira espiritual”. Em relação aos valores envolvidos, Madail não os revela, mas refere que “os profissionais de gabarito não podem sair baratos”. Consta-se que Scolari, ainda que sete vidas mais vivesse, como os gatos, não teria mais preocupações económicas.

O nosso agora patrão de bola, que estendeu o seu vínculo à FPF até ao termo do mundial de 2006, mostra-se plenamente satisfeito por poder trabalhar com a santa da sua devoção de forma tão intimamente próxima: "Esta colaboração com Nossa Senhora do Caravaggio será sobretudo útil na táctica, na disposição dos jogadores em campo e na complexidade das substituições, áreas que confesso não dominar habilmente, porque sou mais um homem de motivação e fé em Deus”, explicou convicto e de semblante gravemente sério.

Não é a primeira das santidades do panteão católico a assinar contrato com uma equipa de futebol. São Francisco de Assis faz parte há vários anos da equipa técnica da “squadra azzurra”, apesar de ter salários em atraso, o que poderá explicar as recentes prestações falhadas pelos italianos nas competições internacionais. A selecção nacional do Luxemburgo conta com o apoio de São Sebastião, um santo cuja experiência de mártir talvez não seja a mais adequada para uma equipa de futebol que aspira pelo menos ganhar alguns jogos.

No que à selecção portuguesa concerne, o único problema relacionado com a contratação, foi o provocado pela devoção de Luís Figo a Nossa Senhora de Fátima, entendendo o capitão dos portugueses que a opção deveria recair sobre uma santa nacional. O diferendo acabaria por ser sanado pelo presidente da FPF, quando lembrou a Figo que a questão das nacionalidades já não tem grande importância no futebol actual, como o demonstra o número crescente de jogadores a actuar em selecções que não são as dos seus países de origem, como é o caso do brasileiro Deco. Daí, o nosso melhor craque hodierno está de voluntário regresso à epopeia que se avizinha.

Nossa Senhora do Caravaggio inspira sólida confiança a Scolari na realização de um trabalho válido, que explica o objectivo da qualificação para o próximo campeonato do mundo e não rejeita a possibilidade de operar-se um milagre nunca visto se as coisas entretanto começarem a dar para o torto, como é provável que aconteça, dado que o seleccionado canarinho, também empenhadíssimo na competição, é o preferido da santinha. Como irá Nossa Senhora resolver a situação logo que portugueses e brasileiros se defrontem ?

Bem... Gregos, para já, ficamos nós, os portugueses. Da próxima, talvez fiquemos abananados, o que é muitíssimo bem feito, até que de uma vez por todas ganhemos juízo e deixemos de ser imbecis.

António Torre da Guia
O Lusineiro


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