Um gole, apenas um, de teus doces beijos
E meus olhos nada mais faíscam,
Posto que cerrados são e já se arriscam
A um suave deslizar pelo teu queixo.
Ah, como são delicadas tuas lágrimas!
Essas que rolam na face de contentamento,
Onde deixei inscrito em ti meu testamento,
Confissões breves nessas ocultas páginas.
Como se faz doce o suor que te bebo,
No momento em que toco teu espírito,
Essa alma rubra, de temperamento híbrido,
Que força a entrada em mim, que te concebo.
E é doce e leitoso teu transbordar,
No encantamento de nosso encontro secreto,
Brindando em doses de amor incerto,
Os prazeres extremos de nosso caminhar.
Depois do café bem quente e forte,
Apenas o licor a nos queimar entranhas,
Esse que jorra das tuas façanhas,
Esse que me consome até à morte.
Lílian Maial |
