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Cronicas-->Questões Natalinas -- 21/01/2001 - 15:00 (Rosana de Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUESTÕES NATALINAS

Num longínquo dia de natal,na leitura matinal do jornal encontrei a crónica de Caio Fernando Abreu. Uma singela história de um sábado passado com sua amiga, assistindo a um belo pór do sol e, para surpresa de ambos, uma das nuvens que pairavam sobre eles, não se desfiava ao vento nem tão pouco mudava de forma como as outras.
Essa nuvem que os acompanhou até o final do poente era um anjo! Um anjo!
Fiquei a me lembrar de uma reportagem feita por um programa de televisão, na mesma época em que este mesmo jornal, no qual leio a crónica de Abreu, e uma revista semanal, publicaram uma pesquisa realizada com a população sobre como sentiam ou se acreditavam na sua existência.
É claro que eu também me perguntei, sabendo que era um perguntar redundante, pois era evidente para mim que eu acreditava, com todas as forças do meu ser que eles existem.
Agora estou me lembrando de um detalhe importante: a pesquisa referia-se especificamente àquela categoria de anjos tão familiar ao ser humano - o anjo da guarda. Familiar sim, porque se 95% crêem é devido a algum tipo de sensação ou experiência.
Havia numa destas reportagens, uma entrevista com um "anjólogo" que ensinava técnicas de como a pessoa podia se comunicar com o seu anjo guardião. Bobagem! Essas coisas não precisam ser ensinadas nem tão pouco de técnicas especiais. Meu anjo, por exemplo, e quando falo meu anjo, leiam de olhos cheios, pois o digo e escrevo de boca cheia - MEU ANJO - nós temos uma comunicação contínua, verbal ou não, consciente ou inconsciente, simbólica ou explícita, enfim. É a minha/nossa forma de nos comunicarmos e, ah, como eu poderia esquecer, intuitiva!
Também diziam que o protegido poderia nomear o seu anjo. Pode chamá-lo de João ou Chico, por exemplo. Pode, entretanto chamá-lo de anjo se assim o quiser. Só faltava essa! Eu ter que nomear o MEU ANJO!!! Não quero nem pensar nas possibilidades. Meu anjo chama ANJO e se nega a mudar de denominação. Talvez nem me atenderia se eu o chamasse, por exemplo, de "Paulinho".
O que também me faz lembrar que há pessoas que sentem ser o seu anjo do sexo feminino ou masculino. Então aquela expressão "discutindo o sexo dos anjos" para o inexistente é infundada e agora, indelicada.
Na minha defesa de mestrado havia uma longa mesa só para mim. Nela havia duas cadeiras e eu comentei com uma amiga que a segunda cadeira seria ocupada pelo meu anjo da guarda. Ela respondeu que sim e fazendo um gesto com o polegar e o indicador mostrou qual era para ela o tamanho do meu anjo - tal qual um periquito pousado no encosto da cadeira! MEU ANJO é alto e largo como uma porta dupla e, se precisasse se sentar, não seria com certeza, num mirrado banco de faculdade, e muito menos no encosto!
Não quis discutir isso com ela naquele momento, pois o assunto da defesa era bem outro, mas uma coisa importante sobre anjos, ou melhor, sobre humanos, eu pude aprender naquele momento: ninguém pode conhecer o anjo alheio.
Pode-se discutir se é arrogante ou não tudo o que escrevi. Respeito o desconhecido, apenas brinco com as idéias, tolerando e sublimando o "não saber". Sei que tenho dentro de mim algo muito forte e bom, e só meu, que me protege e me dá confiança. A sensação desse bom que me permite dimensiona-lo é totalmente particular.
Por mais que eu queira, na relação com aqueles que amo, transbordar um pouco desse bom, existe um limite para esse transbordamento: há um quanto de amor que é próprio e exclusivo. Essa relação assume uma forma e uma intensidade que só eu conheço e simbolizo e deixo as questões "angelicais" para o desconhecido "além".

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