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Artigos-->Homenagem no Dia Internacional da Mulher -- 10/03/2003 - 10:05 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Homenagem no Dia Internacional da Mulher



a companheira Sara Marta Ferez Neves











No ano em que a OAB-SP homenageia a nossa parceira judia, Rachel Moreno, fundadora do Movimento Mulheres pela P@Z!, enchemo-nos de satisfação por viver num mundo onde podemos contar com pessoas sempre aptas a estender a mão.







Pessoas como Sara Marta Ferez Neves, personalidade de grande valia e orgulho no Movimento Mulheres Pela P@z, incentivando e apoiando o mesmo desde o seu surgimento porque...







Aonde houver guerra, o "Movimento Mulheres pela P@Z!" estará presente, seja pela preservação da água, contra a fome, a exclusão social, discriminação racial, social, politica, religiosa, ideológica, estética, mercadológica... Enfim, aonde houver qualquer foco de conflito sócio-ambiental, o "Movimento Mulheres pela P@Z!" o invadirá por terra, água e ar.



Afinal...



O "Movimento Mulheres pela P@Z!*" é uma formação grupal, de caráter transdisciplinar, não sectário, que tem como objetivo promover a paz entre grupos étnicos, povos e nações, através do debate, da informação e de ações que propiciem a aproximação e a criação e fortalecimento de relações inter-raciais e inter-culturais, orientando a não-intervenção, a não-ingerência e a não-dominação de uns sobre outros, e fomentando a tolerância, a concórdia e a colaboração e auxílio mútuos, de modo que a identidade e liberdade sejam indissociáveis e utilizadas como instrumentos para a construção de um mundo que compreenda a existência de desígnios superiores e transcendentais para a Humanidade - www.jornaldomeioambiente.com.br





Portanto, Sara Marta Ferez Neves, pouco importante se sois mineira, mãe brasileira com descendência judaico-palestina. Pouco, muito pouco importa se sois da linha ou família de Ismael ou de Isaque. Não são os dois irmãos, embora um egípcio e o outro hebreu? O que mais vale na companheira é a solidariedade que transcende os limites beligerantes e aterradores de Gaza, pois em você não existe limite, não há faixa. Sara Marta simplesmente viu e entendeu uma causa, integralmente preocupada pelo bem comum: a Terra e o Gênero Humano, transcendendo, deste modo, os limites da segregação, seja ela qual for.







Sara Marta que este dia seja do apêlo ao respeito por todas nós, principalmente à mulher menina prostituída, em todos os cantos deste planeta, em todas as classes sociais, em todas as gerações.





"Deitar com uma mulher e dormir com ela. Eis duas paixões não somente diferentes, mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica à uma série imensurável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (esse desejo diz respeito a uma só mulher)" Milan Kundera







Quanto aos medíocres sentimentos humanos o sagrado Alcorão nos revela:







Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.



Dize: "Procuro refúgio junto ao Senhor da Alvorada



Contra o mal das criaturas que Ele criou



Contra o mal das trevas quando se estendem



Contra o mal das feiticeiras quando sopram sobre seus laços,



contra o mal do invejoso quando inveja."







113 - A Alvorada







Portanto, Sara Marta Ferez Neves, nunca deixe de estar conosco nesta empreitada, pois confiamos em você e na sua coragem. Lhe queremos como Amiga, guia e companhia — sempre!







Sua participação neste movimento pacifista tem sido, verdadeiramente, uma bênção e um grande beijo de Paz e Amizade em muitos rostos, sejam eles de árabes ou judeus, porque os laços que nos aproximam são de Amor e Fidelidade verdadeira.







Quando compartilhar conosco a luta por um mundo melhor e mais digno, como sempre tem feito, onde crianças não sejam objeto de exploração sexual ou trabalho escravo, não a queremos atrás ou na frente das trincheiras, a desejamos simplesmente ao nosso lado, caminhando e lutando conosco em nome do bem e em prol de um mundo e uma sociedade mais justa, sem guerras e separatismo.







Pelo amor à causa da mulher excluída e prostituída no planeta entre outras bandeiras.







Querida Sara Marta, aceite nosso carinho e profundo afeto porque somos muito gratas a você e aos seus esforços junto a esta causa.







Muito obrigado.







Movimento Mulheres pela P@Z!







Fundado por Amyra El Khalili & Rachel Moreno



no Dia Internacional da Mulher em 08 de Março de 2002.







O Movimento Mulheres pela P@Z! atua em parceria com o Projeto Portas Abertas - Dois Estados para Dois Povos







Núcleos de Cyber@ção







Maria Helena Batista Murta - Médio Rio Doce (Minas Gerais)



Elizabeth Gut - Baixada Santista (São Paulo)



Priscilla Pacheco - Vale do Paraíba (São Paulo)



Giovanna Baggio de Bruns - Curitiba (Paraná)



Sabrina Klein - Porto Alegre (Rio Grande do Sul)



Márcia Graminhani - Brasília (Distrito Federal)







Cyber endereço: mulherespelapaz@terra.com.br







****















www.otempo.com.br

BH, MG, 5 de março de 2003







O mito da mulher universal







Por Fátima Oliveira*







Atualmente a comemoração do 8 de março é realizada em todo o mundo pelos movimentos de mulheres e até por governos machistas e anti-democráticos, que assim tentam demonstrar que defendem os direitos das mulheres, pois hoje em dia é feio dizer que as mulheres não possuem direitos. Mas não basta que os governos comemorem o Dia Internacional da Mulher, é necessário que no cotidiano realmente efetivem os direitos conquistados em muitos anos de luta. Eis o nó!







Muito já se escreveu a respeito, mas vale à pena repetir que um dia para celebrar a luta pelos direitos da mulher tem suas origens na resistência à exploração. A instituição do Dia Internacional da Mulher ocorreu em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas (Copenhague, Dinamarca), em memória das 129 operárias da fábrica têxtil Cotton (Nova York, Estados Unidos), que estavam em greve contra a jornada de 16 horas e os salários miseráveis. As operárias foram queimadas vivas no interior da fábrica, a mando dos patrões, em 8 de março de 1857.







O Dia Internacional da Mulher só foi reconhecido por quem sonhava e lutava por uma sociedade de Justiça e Igualdade: a sociedade socialista. Durante décadas, comemorações do 8 de março foram proibidas em muitos países, inclusive no nosso. Se uma pessoa ousava mencionar o Dia Internacional da Mulher era considerada perigosa e subversiva. Não à toa, muitas amargaram nas masmorras das prisões. Hoje, relembro que temos no Brasil a lei mais avançada do mundo em relação aos direitos da mulher: a Constituição de 1988, conquistada em memoráveis e seculares lutas, cujo apogeu foram as jornadas pela constituinte que culminaram no “Lobby do Batom” – a mobilização organizada das mulheres pela contemplação dos seus direitos na Constituição de 1988.







A ainda difícil vida da maioria das brasileiras não é por falta de leis, mas pela omissão dos governos (federal, estadual e municipal) que se recusam a implementar leis existentes. Isto é, falta decisão política para transpor os direitos que constam no papel para a vida. Eis a grande tarefa posta para o novo governo do Brasil, pois urge que seja realizada uma revolução cultural: desenvolver políticas públicas no plano material e da mudança de mentalidade para estabelecer na sociedade o respeito que a cidadania plena das mulheres exige. Não é preciso inventar moda. É só cumprir as leis e os compromissos assumidos nos Instrumentos Internacionais de Proteção aos Direitos da Mulher.







Fazer valer leis e compromissos não é empreitada fácil. Primeiro, é preciso consciência da necessidade e do dever de cumpri-las. Segundo, adotada a decisão de cumpri-las, é preciso enxergar que não há uma mulher universal, logo as mulheres possuem necessidades diferenciadas para o exercício dos seus direitos e que, dependendo do lugar e da hora, as políticas precisam ser pensadas e aplicadas, respectivamente, com enfoques e focos diferentes para cumprir o que se propõem. Em outras palavras, o mito da mulher universal precisa ser superado, pois embora a opressão de gênero seja comum a todas as mulheres, entre elas há clivagens de classe social, raça/etnia, cultura, geração, orientação sexual, escolaridade, etc. O exercício da cidadania para as mulheres tem muito a ver e depende das clivagens e dos fossos existentes entre elas.







Então, as políticas públicas para as mulheres, no plano material e cultural, precisam contemplar questões inerentes à diversidade e aos fossos que as separam. Caso contrário, não desempenharão o papel para o qual foram criadas: ampliar a cidadania e chegar a cada mulher para responder ao que cada uma delas precisa. Exemplificando: “Nossos corpos nos pertencem”, símbolo mundial da luta das mulheres pelo direito de decidir sobre o próprio corpo, tem para as negras brasileiras um significado especial. Sob a palavra de ordem “Nossos corpos nos pertencem”, as mulheres denunciavam, nos anos 1970, a situação de subalternidade em que viviam e reivindicavam direitos civis e políticos. Trazidas para o Brasil na condição de trabalhadoras escravas, vítimas do estupro colonial, afastadas de suas relações familiares e afetivas, em nome da segurança econômica dos senhores de escravos, as africanas não eram donas de seus corpos.







A possibilidade de decidir sobre o próprio corpo e o exercício livre da sexualidade são experiências muito novas para as afrodescendentes brasileiras. Data de pouco mais de um século, portanto ainda são experiências em construção. Sair da condição de “objeto privado” exige uma batalha diária. Os estereótipos sobre as negras são inúmeros. O padrão da estética branca é sinônimo de belo e valorizado. “Boa aparência” no Brasil significa estética branca. O padrão de beleza e as tradições culturais consideradas civilizadas e valiosas são de base européia.







A luta pelo direito à saúde é estratégica para todas as mulheres. Para as negras, é sinônimo de vida e integrando-a combatemos as desigualdades inter-raciais e de gênero na assistência e na pesquisa em saúde. Simbolicamente é um “acerto de contas” com o passado de corpos expropriados, pois o ativismo em saúde da mulher é para as negras parte do processo de reapropriação do corpo e da sexualidade. Realizamos, nos últimos doze anos, um enorme esforço estudando saúde da população negra e acumulamos saberes que, se aplicados às políticas de saúde em curso, incidirão positivamente na qualidade e na expectativa de vida da população negra em geral, mas das mulheres negras em particular. Agora, é hora de o Estado cumprir a sua parte.





Fátima Oliveira escreve no Magazine às quartas-feiras. É articulista da Rede Internacional CTA-JMA e uma "grande Mulher pela P@Z!" e-mail: fatimaoliveira@ig.com.br





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