Usina de Letras
Usina de Letras
246 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50555)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Estrela cadente (microconto) -- 04/02/2018 - 15:45 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos











A noite cai como um aviso que se aproximava o momento   de cumprir mais um compromisso familiar.  Raquel  precisava representar  o papel de anfitriã e ao mesmo tempo, convidada.  Evidentemente, na função de futura e quem sabe, ex-fracassada sogra...Com que roupa eu vou — pensava ela — e escolheu a melhor roupa, nem tanto como em seus tempos de estrela. Cuidou ainda de não se dirigir a Ravenala, chamando-a de Vânia. Com certeza, qualquer desalinho de raciocínio causaria desconforto irreparável. Refez cenas e cenários, contemplou  cinco anos de glamour, somados a  meio século de  posterior anonimato: duas faces a vida lhe ofereceu: a primeira, tecida com fios  mágicos de encanto e beleza,  aplausos, fama e beijos; a segunda, indiferença, solidão  e desprezo.  No entanto, e apesar de tudo, ainda era seu o Cadillac vermelho-acetinado com que, outrora, esbanjava elegância e beleza na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. O resto, bem o resto, o vento levou.
— A senhora guarda muitos traços de beleza, fino trato e bom gosto — disse a moça.
— Minha filha, a mão poderosa do deus tempo, triturou-me os ossos. Sou estrela que o vento soprou.
As linhas do rosto revelavam as noites mal dormidas, jornadas de glamorosa fama que hoje ela  trocaria por uma velhice saudável.
— Para que me serviram os holofotes e as noites agitadas se agora só tenho o negrume da solidão? Não tenho sequer azeite para reacender a estrela que se apagou.
***
Adalberto Lima, trecho de "Estrela que o vento sorpou."

 








Adalberto Lima






Enviado por Adalberto Lima em 04/02/2018

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui