A carapuça da tão fadada democracia americana caiu por terra. A demonstração de que ela só existia enquanto lhe convinha, foi ao ar. A Estátua da Liberdade se ressente na sua paralisia. Está desnuda a cara do ditador que cobrava democracia dos outros, que propagava o livre comércio, que condenava a prática da violação dos direitos humanos.
A leviandade dos erros causados pela artilharia contra o Afeganistão foi estarrecedora. Milhares de pessoas, incluindo crianças, velhos e mulheres indefesos e inocentes foram, barbaramente, assassinados. As cenas apresentadas pela televisão mostravam a prática de um verdadeiro massacre. A destruição provocada pela a ação dos mísseis foi uma coisa terrível. Acredito que por trás daquilo deveria estar alguém com um instito de crueldade incontrolável.
Agora é a vez do Iraque. Não de Saddam Hussein, mas, do povo. Trinta milhões de iraquianos estão condenados à morte. O motivo é o de haver nascido sobre lençóis de petróleo. O governo americano precisa dele. Está ele disposto a gastar oitenta bilhões de dólares para apropriar-se dele. Indiferente a vida daqueles que haverão de rolar sobre a terra, já se pode prever a estupidez dos ataques. Indiferente ao apelo pela paz proclamado no mundo todo, inclusive, pelo seu próprio povo, a ordem de atacar se aproxima.
Eis a tão decantada democracia do país "símbolo da liberdade." Por conveniências econômicas quer destituir o governante do Iraque, quando o seu povo deveria faze-lo. Exige desarmamento total daquele país, quando é ele possuidor do maior aparelho bélico na face da terra. Sob os mais sofisticados pretextos, intervem na Colômbia, ameaça a Coréia do Norte e se instala no Brasil, para nossa vergonha, na chamada Base de Alcântara, no estado do Maranhão. Entra aqui dessa forma, ao mesmo tempo em que fecha as suas portas aos nossos produtos. Condena o nosso protecionismo, enquanto, através de barreiras alfandegárias, pratica contra nós. É contra o subsídio à nossa agricultura, mas, subsidia os seus agricultores com o propósito de eliminar o nosso poder de competição.
Mas, a sua "democracia" não pára por ai. A intelectualidade americana que se tem proclamado arauto da paz, está sofrendo todo tipo de perseguição. Já existe uma lista negra formada por ecritores, jornalistas, artistas, defensores dos direitos humanos e do meio ambiente, que vêm sofrendo retaliações por conta da opção que fizeram. No que pese os efeitos da mídia, com os meios de comunicação monitorados, o seu povo tem se manifestado contra a guerra e em favor da paz. Existe razões acima da sensibilidade, é que a destruição do Iraque, implica na morte de milhares de americanos.
No entanto, o "democrata" da Casa Blanca, não pensa assim. Além do interesse econômico, ele precisa mostrar ao mundo o seu poder de polícia. Pretende, atemorizando o mundo, fazer aliados ou, pelo menos, inibi-los nas suas manifestações. Por outro lado, na verdade, para o presidente dos EUA, o problema não é a tirania de Saddam Hussein, pois se esse favorecesse, comercialmente, aquele país, não haveria nada de mal em mante-lo no poder, afinal, como já foi dito, é uma decisão do seu povo. O problema é a falta que fará o seu petróleo na próxima década. |
