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Artigos-->A Síndrome do Parafuso -- 09/03/2003 - 14:53 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Síndrome do Parafuso

(por Domingos Oliveira Medeiros)





Não houve amanhecer no Universo. Quando chegou a luz do Cosmos, ela veio de uma só vez, abruptamente. Acompanhada de grande explosão de raios e trovões; logo depois do famoso Big Bang, a teoria mais aceita, até hoje, para explicar a formação dos planetas. Enquanto isso, os dinossauros sumiam do planeta. Depois do choque de um asteróide com a Terra; deixando, no seu lugar, alguns políticos, bem, isto é assunto.



Há 14 bilhões de anos, “aproximadamente”, o Big Bang teria emitido intensa radiação e energia. Depois veio o resfriamento, concomitantemente à formação de prótons e nêutrons que se uniram para criar os elementos de formação da Lua, como o hidrogênio, lítio e hélio. Depois, os núcleos atômicos absorveram os elétrons e formaram os átomos.



Há cerca de 300 mil anos, o universo era composto de nuvens de hidrogênio e átomos de hélio. Mas, já naquela época, reinava a escuridão. Portanto, não foi obra iniciada por este governo. É coisa bem antiga o período conhecido como a idade das trevas.



Pouco se sabe a respeito, até porque o brasileiro, dizem, tem memória curta; e, portanto, não poderia lembrar-se, com precisão, de coisas ocorridas há bilhões de anos. Entretanto, supõe-se que, à certa altura, densidades mais altas de hidrogênio ficaram mais compactadas e provocaram um colapso em sua própria gravidade, dando origem às estrelas e galáxias. Surgia assim a luz. Bem próximo às eleições.



Mas, a luz neste planeta não durou muito tempo. Pelo menos, aqui no Brasil. O apagão versão 2002, o famoso blecaute, na sua concepção moderna, foi explicado pelos astrônomos do governo FHC em pouco mais de dois ou três dias.



Não precisou mais do que isso para que o povo, em frente à televisão, assistisse a versão dada pelo presidente ao fenômeno: Trata-se, dizia o presidente, do resultado científico obtido através de um observatório rádio-telescópico que, colocado no lado mais distante da Lua, e bem próximo da Terra, mais precisamente aqui no nosso querido e amado Brasil, verificou a queda dos três cabos que teria ocasionado o fenômeno do blecaute da era moderna; por conta de um mineral, muito comum no solo brasileiro, o mineral chamado ferro, que foi, durante muito tempo, a principal matéria prima para produzir aço; aço da melhor qualidade, fabricado pela, então, empresa estatal Cia. Vale do Rio Doce, depois foi privatizada, não se sabe prá que, e que até hoje, essa dura realidade vem sendo difícil de engolir:a venda de tão produtiva companhia.



E a explicação do presidente para o blecaute continuou assim: transformado em liga de aço, e depois de fundido à uma temperatura de 500 graus centígrados, resultou num pequeno parafuso que, mal colocado, ou mal conservado, teria pego de surpresa todos os astrônomos e engenheiros do governo, inclusive o próprio presidente.



O problema é que o sistema de transmissão de energia elétrica do Brasil tem 1,5 milhão de parafusos. Diariamente são registrados de dez a vinte acidentes ao longo de 72 mil quilômetros de linha, o que expõe o país ao risco de novos apagões. O último deles deixou 67 milhões de brasileiros no escuro. É caso para preocupar, principalmente próximo às eleições. Que possui números e condições bem parecidos. Cerca de 70 milhões de eleitores, distribuídos numa área de 8,5 mil quilômetros quadrados. É muita gente para depender de tantos parafusos. Principalmente quando os parafusos estão falando na cabeça de quem pretende conduzir os destinos deste país.



E parece que a história vai se repetir. Pois estão cometendo os mesmos erros. Seguindo, de olhos vendados e ouvidos tapados, pelos mesmos e obscuros caminhos do apagão. A síndrome do parafuso.



Domingos Oliveira Medeiros

09 de março de 2003



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