Poderíamos continuar a enumerar fatos, mas os já citados são suficientes para dar um ideia do fenômeno da incorrupção e de sua inexplicabilidade. Digo inexplicabilidade, porque, apesar de existirem outros tipos de incorrupção, não coincidem com a exposta.
Corrupção total do corpo e preservação integral de certos órgãos. Se a preservação total ou parcial da corrupção de alguns corpos é um assunto intrigante para a ciência e enigmático também para a Igreja, para a qual a simples constatação da incorrupção não é critério de santidade e, portanto, milagre evidente, muito mais intrigante e enigmática é a preservação de um determinado membro de um corpo que foi reduzido a pó. Será, logicamente, muito mais difícil para a ciência encontrar uma explicação para tal preservação e um caminho muito mais aberto e claro para a Igreja afirmar o fato como miraculoso.
Nenhum exemplo poderia ser mais sugestivo para discernir a Providência Divina do que a preservação parcial do coração de santa Brígida, da língua de Santo Antonio, de São João Nepomuceno e da beata Batista Varani.
Santa Brígida, da Suécia faleceu em 23 de julho de 1373. Seus restos mortais foram exumados; tudo estava reduzido a pó encontrando-se o coração incorrupto.
A atitude da Igreja Católica mostrou-se sempre muito cautelosa perante fatos inusitados, inclusive perante incorrupção dos corpos de pessoas santas. Num levantamento feito pelo competente e autorizado estudioso de Parapsicologia, Padre Herbert Thurston, S.J, com 42 santos célebres por sua vida, obra e santidade, entre os quais muitos foram encontrados incorruptos depois de anos, assevera o mesmo autor que nenhum deles foi canonizado por ter sido preservado da corrupção.
Há aqueles que afirmam que a sobriedade na comida e na bebida, característica de todos os ascetas, podem modificar completamente as condições do metabolismo normal e tende a eliminar certa classe de micróbios que são mais ativos no processo de putrefação; poderíamos replicar que existem muitas pessoas pobres ou doentes ou por opção que são abstêmias, e uma vez mortas, a lei da decomposição as acompanha normalmente.
A experiência comum mostra que não concorrendo condições extremas excepcionais, por exemplo, um frio intenso, a decomposição chega, mais cedo ou mais tarde e que antes de passados 15 dias da morte, são visíveis os primeiros sinais.
E o problema tornar-se-á ainda mais insolúvel para o cientista ao constatar que as incorrupções são verificadas em místicos e santos (em ambiente religioso).
Muitos segredos da natureza já foram desvendados, dado o contínuo progresso das diversas ciências. Há outros, entretanto, indecifráveis, porque não só superam as forças e leis da natureza, como também, e isto é significativo, são característicos do catolicismo, e só dele.
Padre Oscar Quevedo é Licenciado em Humanidades Clássicas; Licenciado em Filosofia; Licenciado em Psicologia; Doutor em Teologia; Professor de Parapsicologia, em várias Faculdades; Fundador, em 1970, do CLAP – Centro Latino-Americano de Parapsicologia: Pesquisa – Ensino – Clínica, sendo o primeiro (e talvez ainda o único) Centro Universitário de Parapsicologia, especializado e reconhecido, do Brasil.