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Cronicas-->Passárgada -- 12/11/2007 - 11:44 (Jader Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Passárgada

Estou lendo uns fascículos interessantes sobre a Mitologia Grega analisando as paixões e os medos que moviam os deuses do Olimpo. Na discussão sobre o que é ser feliz, sobre se existe a real felicidade para o homem, prevalecia entre eles a idéia de que a melhor coisa do mundo é não fazer nada, absolutamente nada. Segundo eles o homem que não trabalha, aquele que não precisa trabalhar nunca, é um homem feliz. Sou aposentado, logo sou feliz. Minha mulher, por outro lado, acha que a felicidade é ter um outro quarto para ir e se livrar dos meus roncos. Mas isto é outra história.
Numa dessas raras noites em que o tempo refresca em Taubaté e nos permite ter um sono profundo, de roncos altos, sonhei que caminhava por longas estradas na montanha. Era uma maravilha de caminho, forrado em mármore e alabastro. Alguém, uma voz talvez, me disse que aquele era o caminho do Céu. Fui em frente e parei num lugar que me pareceu ser o lugar ideal. Ali era realmente o Céu.
Estacionado na porta imensa, ouvi de São Pedro o convite irrecusável:
-Entre, Jader, aqui você nem precisa pedir licença!...
Mas eu tinha outros planos e agradeci ao convite do meu amigo São Pedro:
-Não, meu querido santo, hoje não vou ficar. Estou de passagem, estou indo para Passárgada!...
E segui minha viagem de sonho pela noite a dentro. Era um sonho pesado, uma viajem sem fim que nunca acabava. Eu imaginava ficar para sempre em Passárgada, a terra mágica de Manuel Bandeira, onde o poeta era amigo do rei e podia escolher a mulher mais bonita e a cama mais macia.
Era isso que eu também procurava, era exatamente isso que eu queria, não precisava mais nada. O Céu era pouco para mim. No dia seguinte fui despertado pela minha esposa, que fugira dos meus roncos no início da noite e voltava resmungando do outro quarto. Hora de despertar, levantar e buscar o pão para as visitas. Um amigo meu, o Tomazini, de Jaboticabal, viera com a família me visitar. Levantei na bronca e não disse nada, mas pensei: "Se eu soubesse que a minha Passárgada seria essa, teria aceitado o convite de São Pedro para entrar no Céu..."

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