Foto Antiga
Foi outro dia, mas já faz 25 anos.Falando assim: "25 anos", parece muita coisa, e é mesmo. Confesso, porém que tudo hoje me parece muito rápido. A verdade é que não me acostumo com essa idéia de tempo.Semana passada meu filho mais velho fez 18 anos. E aí acho que finalmente usando uma gíria já antiga, "caiu a ficha".
De repente estava eu lá sozinho no meio de uns 20 "jovenzinhos" entre 16 e 19 anos, no máximo, e eu o único "quarentão". Vestido que nem jovem, com bolsa transpassada e tudo, tomando uma cerveja com a garotada, mas sendo chamado de "tio".
Convidado que fui a ficar mais um pouco, afinal havia passado ali só para dar um abraço e um presente no dia certo.Explico: meu filho tinha comemorado com a família (pai, mãe, irmãos e tios) na véspera, mas eu, acostumado que fui pela minha mãe, só dou parabéns, no dia. Fiquei um pouco ali sentado num banquinho pequeno, que não era no canto, mas dava no mesmo. E ao observar a movimentação lembrei-me dos meus 18 anos.
Mudaram as coisas. Lembro bem e apesar de tê-las, não preciso olhar as fotos. A memória ainda está viva, estavam lá meus pais, tios, primos, família, alguns amigos e uma amiga.Tenho foto com todos, inclusive com a amiga, que hoje vem a ser a minha futura esposa. Lembro dos salgados, dos doces do bolo e dos parabéns. Ainda não bebia na época, mas havia cerveja na mesa. Lembro de estar feliz.
O garçom encheu mais uma vez meu copo, a pedido do meu filho, que também tinha o dele cheio.E aí volto ao futuro, e me pergunto o que mudou. Eu com certeza. Das minhas fotos de 18 anos, alguns já se foram, outros se distanciaram e pouca gente ficou. Vai ver que a vida é assim mesmo, uma mudança constante.
Se não estiver exagerando, os aniversários que fui de 18 anos, quando tinha essa idade, não foram muito diferentes do que foi o meu. Provavelmente os de hoje também. Estranhei a segmentação do aniversário, mas meu filho parecia feliz independente dos copos de cerveja. Ria, brincava, com a namorada, amigos e amigas.Nem ele, e acho que ninguém além de mim estranhou a falta de seus irmãos, mãe,avós ou tios.
Acabei mais um copo, me achei sobrando e avisei que "parti".Educados pedidos para que ficasse para os parabéns , mas recusei. Como disse eu estava a mais ali.Fui pro carro e minha cabeça girava, não por causa dos copos, mas das lembranças. Aniversário diferente pra mim, mas normal nos dias de hoje, tudo tranquilo.
A vida segue, eu sento no carro dou a partida e paro: - "Juízo meu filho". Foi como me despedi do meu "moleque" mais velho. Aí me lembrei que era assim que meu pai desejava felicidades ao seu garoto, seguidas de uns tapinhas carinhosos na nuca.
"Perdi a linha", parei o carro, e chorei, chorei muito. Sozinho.Esse ano também fiz aniversário, mas não ganhei os tapinhas.
27/08/2007
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