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Artigos-->Se Liga na Televisão -- 08/03/2003 - 18:19 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se Liga na Televisão

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Eu não ligo, mas tu ligas. Ou eu presto atenção. No final ligamos todos. A nossa televisão. Tempo nublado, ofuscado. Seja inverno ou verão. Chuvas localizadas. Entupiram o bueiro. Chuvas de muitas pancadas. Em cima do brasileiro. Barreiras que se despencam. Cai de novo o barracão. Com morte ou sem morte. Cabe indenização. Muito calor no Rio. No Sul ainda faz frio. Chove pouco no Nordeste. Menos onde mais precisa. Lá no sertão, no agreste. Vai vivendo o homem forte. O nosso cabra da peste. Março entrou de mansinho. O ano nem começou. E o Carnaval na Bahia. Parece que não acabou. Pois há folia de reis. No Congresso e no Senado. Muita gente que voltou. Ainda fantasiado. Com a roupa bem surrada. A camisa mal passada. E a língua grampeada. Cuidado com o Leão. Já mostrou a sua garra. Dia trinta de abril. O mesmo prazo fatal. Bem pertinho vem a Páscoa. O Leão é o lobo mau. Mas o bicho de chocolate. O coelhinho da Páscoa. É melhor e não faz mal. Cuidado com o seu bolso. Pois estão metendo a mão. E nem anunciam o assalto. Só por causa da inflação. São os mesmos banqueiros de sempre. Juro alto na contramão. O governo faz as contas. Dá sua contribuição. A culpa é da inflação. Oito anos sob controle. Escondida no balcão. No posto de gasolina. Por conta do apagão. Sobe o preço do remédio. É amargo e necessário. Assim diz o refrão. Tudo sobe nessa terra. Menos o nosso salário. Não por fala de tesão. Falta vontade política. Falta amor no coração.



R$12 bilhões foi o quanto. Arrecadou o banqueiro. Por conta dos juros altos. É isso aí companheiro. E vai crescendo a inflação. Acabou a anemia. A luta se faz agora. Pela sua autonomia. O Banco Central interessa. À toda economia. Dinheiro vai pra Suíça. Ninguém viu ninguém notou. O Banco Central falhou. Foi criada a Comissão. Projetos e mais projetos. Tudo sem explicação. Cadê o tal Cacciola. Que levou mais de um bilhão? Imagine se o Banco. Já tivesse opinião. Já fosse de maior idade. Como seria a questão? Previdência Social. A reforma é urgente. Depois de oito anos. Querem enganar a gente. E a culpa, todos sabem. Do déficit e da roubalheira. Como sempre acontece. Como sempre é divulgado. A culpa é do vagabundo. Do servidor aposentado. Que recebe o salário integral. Como manda a legislação. Pois assim ele pagou. Toda a contribuição. Se desviaram o dinheiro. A culpa não é do inativo. Aposentado não é ladrão.



Se liga na televisão. Risco-Brasil sobe e desce. A dívida ninguém esquece. Bem pertinho do pagamento. Da rolagem só dos juros. O dólar desaparece. Para o alto ele cresce. E o bolso dos especuladores. No final assim se aquece. O jornal está furado. E juro elevado. A culpa é da União. Ou será da Previdência? Tenha a santa paciência! Vamos apertar o cinto. Cortar na carne de novo. O osso já aparece. O esqueleto é o povo. O povo sacrificado. O corte anunciado. Título publico atrelado. Título sem valor na Bolsa. Seu valor é combinado. Basta o banco dizer. Quanto vale o coitado. A Selic foi citada. A conta só faz crescer. Centenas de bilhões de reais. Dados do nosso Tesouro. O crédito também foi cortado. O compulsório aumentado. De 45 para 60. Dinheiro que foi retirado. Da nossa circulação. No Banco Central é guardado. Pra segurar a inflação. Só cantando o pocotó. Segura meu nobre peão.



Só se fala em economia. Emprego que é bom não se fala. Violência organizada. Aqui todo mundo se cala. Fernandinho deita e rola. Muda de casa a granel. Vive só passeando. De avião, sem chapéu. Mora em tudo que é canto. E nunca pagou aluguel. Não há dinheiro na praça. No banco sai pelo ralo. A indústria está parada. Não fabrica e não vende. O consumo arrefece. Mas pouca gente se lembra. E muita gente esquece. O dinheiro tá na Suíça. Em paraíso fiscal. Pois a fiscalização daqui. Enxerga pouco e mal. E vem aí a inflação. Cai a arrecadação. O imposto é levado. E recomeça a questão. Taxa de juro não resolve. Não é remédio passado. A inflação não respeita. O doente enfartado. A economia não cresce. A infecção aparece. Investimento apodrece. Por conta da austeridade. Isso é bom, diz o jornal. Mas reclama o industrial. Que não pode produzir. A fome agora é total.



A desculpa é sempre a mesma. Estamos em tempos difíceis. A guerra é iminente. Por conta dessa incerteza. Explica mas não justifica. Israel e palestinos. Já brigam há muito tempo. O problema é que o problema. Parece não ter solução. Dívida externa. Banco Central. Autonomia de operação. Aumento da gasolina. Aumento da inflação. O Poder Legislativo. Atrasando a votação. E toda a legislação. Que precisa ser refeita. Uma grande revisão. Reformas de todos os lados. A começar pela política. E também de opinião. E quem é o culpado, afinal? Somos nós, os eleitores. Que erramos na votação.



Domingos Oliveira Medeiros

08 de março de 2003

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