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Poesias-->Porta de casa II - O Mendigo -- 14/06/2001 - 21:59 (Francisco Libânio) |
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Porta de Casa II
(O mendigo)
Estou à porta de minha casa
E de súbito encontro um mendigo
Maltrapilho, cheirando a cachaça
Um pé está calçado, mas não o outro
É um pobre diabo que procura alimento
Uma alma marginal ao sentimento
Com fome de estômago, mas o mendigo ri
Como de uma piada muito engraçada
O mendigo tem fome, tem sede e tem frio
Mas está rindo e pergunto: Por quê?
- Estou feliz! Não sei com o quê,
Mas sei que estou feliz
O mendigo se vai, cambaleante e risonho
Faminto, parece que está num regime medonho
Mas vai feliz mesmo sem saber com o quê!
Ainda vejo um carro importado, do ano
Que quase passa por cima do mendigo
Baixam os vidros, vejo um homem alinhado
Com cara daqueles que tem tudo o que quer
De terno Armani, sorumbático e macambúzio
Xinga o mendigo e todas as suas gerações
E manda o motorista sair dali o quanto antes
Paro e penso naquela cena! Pergunto:
Quem dos dois é mendigo?
Quem dos dois é milionário?
Francisco Libânio
22/03/01
4:45 PM
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