13 usuários online |
| |
|
Poesias-->Gritos do Pontal -- 14/06/2001 - 14:00 (Francisco Libânio) |
|
|
| |
Gritos do Pontal
Paira sobre o céu de Mirante
Uma força descomunal
De uma gente vibrante
Ouve os gritos do Pontal
As águas do Paranapanema
São as testemunhas
Do conflito que surge
Sob o sol que a gente crema
Polícia de um lado
Armas na mão
D’outro, o povo desprezado
Traz a marca da opressão
E o solo seco improdutivo
É tingido de vermelho
Com sangue sempre vivo
Do homem, menino e do velho!
Tombam baixas dos dois lados
Nessa guerra injusta e fria
Do revólver contra os machados
Que esperam vencer um dia
O mastro da cerca derrubada
É arma mortal – e mata!
Essa autoridade fardada
Que agride a quem desacata
O sol se põe no Mirante
E a polícia guarda o cacete
E aquela gente vai adiante
Pro seu pobre palacete
De madeira, de lona, de metal
Qualquer coisa que proteja
Essa gente que sonha e vive mal
Até que venha outra peleja
O juiz deu a ordem
De saírem daquelas terras
Mas pra onde eles fogem
Também há iguais guerras
Mas a foice vai vencer
A pistola opressora
E neste dia ela vai ter
Mais força do que agora
E os que mandam na polícia
Quando vê este conflito
Fecha os olhos, silencia
Manda matar e tenha dito
Enquanto os gritos do Pontal
Não se fazem escutar
O povo só faz este mal
Para poder trabalhar
Francisco Libânio
10/02/01
12:20 AM
|
|