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Cartas-->RUBENIO MARCELO, paraéns!... -- 27/05/2004 - 22:49 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

RUBENIO MARCELO, parabéns, com louvor!....
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

É temeroso considerar como verdade absoluta a assertiva segunda a qual a imagem diz muito mais do que a palavra. Explico: quando admiramos uma obra de arte - um quadro, por exemplo -, fazemos de imediato nossa particular leitura; que pode ser diferente de outras interpretações; que, por sua vez, ditas interpretações, podem variar segundo as diferentes crenças, valores, culturas, influências, enfim.

E tudo isso acontece à revelia do próprio artista. O autor da obra, ao submetê-la ao crivo da compreensão humana, complexa, diversa, mística e misteriosa, por natureza, perde, por assim dizer, a paternidade de sua criação, que passa a andar com suas próprias pernas, num processo de mutação emocional, ao sabor de leituras, contextos e de pessoas diferenciados.

De outra parte, quando partimos da palavra para construir uma imagem, o mesmo raciocínio acontece. Não há verdades absolutas entre ambos os casos.

O que distingue um caso do outro, é o talento do artista. Se o talento se faz presente, a comunicação tende a ser imediata e, na maioria dos casos, guardando mais semelhanças entre as diversas compreensões e sentimentos acerca de qualquer obra de arte.

Aqui, cabe, por inteiro, o exemplo do poeta e escritor, Rubenio Marcelo.

Com o belo poema “Frígida Efígie”, fruto de seu inigualável talento, nosso amigo colocou-se, com justiça, a frente de todos os seus concorrentes – não menos talentosos - , obtendo, recentemente, o Prêmio Máximo da “VII Noite Nacional da Poesia – 2004”, um dos mais importantes eventos do gênero, que acontece anualmente no estado de Mato Groso do Sul. Por conta disso, merecidas foram as homenagens e os destaques publicados no Correio do Estado de Mato Grosso do Sul.

Através daquele conceituado órgão de imprensa, ficamos sabendo do encerramento daquela auspiciosa noite de poesia, que contou com a presença da ilustre jornalista e escritora Nélida Piñon, entre outras autoridades que estiveram no teatro Fernanda Montenegro por ocasião das premiações aos participantes daquele concurso, notadamente o vencedor maior, nosso mestre e amigo RUBENIO MARCELO.

Mas quem é esse homem, o Rubênio? Que faz poesia por gosto, com talento e com a pureza e a simplicidade de uma criança?

Com a profundidade dos que acumulam experiência? E com a humildade dos que ainda conseguem ficar emocionados e surpresos com o resultado, sempre positivo, de suas investidas poéticas? Como se não soubesse que parceiro maior, lá de cima, há tempos assina embaixo de qualquer de sua rima.

Rubenio é desse jeito. Sempre parece escrever seu primeiro poema. Não perde o sabor e o entusiasmo próprios dos eternos aprendizes e iniciantes das artes.

Para conhecê-lo melhor, basta olhar nos seus olhos; acompanhar a harmonia de sua prosa e de sua rima. Suficiente olhar no seu rosto refletido, a imagem de um gênio. Para descobrir o talento incontido. Do seu falar sobre o mundo e sobre a paz; Para ser o seu admirador e amigo. Aquele, de quem se fala, é o homem. É Rubênio.

Que nos emociona e surpreende a todo momento. Pelas efígies frígidas, reais ou fictícias, não importa: ele as retrata com maestria; do que vê com os olhos da poesia. Assim é Rubênio.

Desmontando, peça por peça, nos leva a refletir sobre o espetáculo e o mistério da vida. A partir, no presente caso, da efígie de Saddam; Saddan, de poderes infernais. De armas letais. Vil e perverso. Que logo vira troféu. Sem que o vencedor desta triste contenda, não menos cruel, saiba dizer em que local; onde ficaram as armas de destruição em massa. Argumentos diabólicos; inconsistentes: pura fumaça.

Rubênio tem a visão serena da justiça e da paz. Olhou para o rendido, e, antes, destemido, o demônio da imagem sem afã; o Saddam, o satã. E fotografou a sua imagem, inimaginável: efígie distorcida e frágil; Sem o abrigo da família. De seus exércitos. De armas mui letais. Que assombrava seus rivais. Agora, jaz humilhado. Derrotado. Cabisbaixo. Incapaz. Confuso e difuso no seu olhar perdido. Se futuro. Para traz.

Rubênio invadiu o íntimo do ser humano vencido e , quiçá, arrependido.
Mas não esqueceu do invasor, desmedido. Insensato e parecido.Tão frígido e cruel como a sua invenção.

Aqui estão as armas de destruição em massa. Onde sempre estiveram. A fabrica de pessoas e demônios como o próprio Saddam. Desde o tempo em que não se fazia perigo iminente. “Trágica, ameaça, made in USA”. O senhor da hecatombe, que o fez assim, seu criador. Estamos falando de Rubênio, o grande poeta e escritor. E de Hussein. E de Bush. A criação e o criador. Estamos falando das coisas do mundo. Ditas com talento e poesia. Sem amargor. Sem as tristezas da guerra fria. Estamos falando da frigidez e da efígie. Estamos falando de escrever com maestria. Estamos falando de Rubenio.

São pessoas e poemas como estes que revigoram nossas forças e nos fazem acreditar num mundo melhor: Sem invasores; sem invadidos; sem mocinho e sem bandido. Vale a pena rever este momento mágico, a seguir reproduzido:



“FRÍGIDA EFÍGIE
© Rubenio Marcelo
Voz: Celso Brasil

Olhem os olhos daquele homem,
Aquela barba de mendigo;
Aquele rosto sem desvelo,
Irrefletido, em desabrigo;
Aquela imagem sem afã...
Aquele – dizem – é satã:
Do mundo, o maior inimigo.

Aquele – dizem – é Saddan,
Dono de armas mui letais:
Basta ele apertar um botão,
O globo rui seus pedestais...
Falaram que ele é vil, perverso;
Derrocará o universo
Com seus poderes infernais...

Olhem o rosto daquele homem,
Em silêncio transcendental,
Fragílimo – em solidão cruel –
Agora entregue ao seu rival;
Ah... Agora virará troféu,
Farão taça do seu labéu.
Mas que dirão do seu final?

Onde suas armas biológicas
E as de destruição em massa?
Onde os controles invencíveis
E as gramas minadas da praça?
E as bactérias e seus vírus,
Os seus exércitos, seus tiros?...
– Onde?!... Sumiram na fumaça?

Olhem os olhos daquele homem,
Aquele porte maltrapilho;
Aquela face alquebrada,
Aquela barba de andarilho;
Aquela catadura vã...
Aquele – dizem – é satã:
Da paz, o maior empecilho.

Aquele – dizem – é Hussein,
De coração-detona(dor);
Quântico crânio de urânio,
Homem-relógio-do-terror...
Aquela ameaça obtusa,
Trágica, amarga, made in USA,
É, da hecatombe, o senhor (!?)

Olhem os olhos daquele homem,
Com aquela expressão pagã...
Aquela face vulnerável,
Tão miserável, sem elã...
Sem sua família e sem graça,
Sem seus exércitos, sem raça.
Aquele – dizem – é satã!”.


Um abraço ao companheiro e mestre Rubenio. Em 27/05/2004
Seu amigo e admirador Domingos.



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