A luz de emergência da viatura avança o sinal vermelho. A rua Ceará se agita, um velho grita: ‘Mataram uma mulher na Vila Mimosa.’ Afastando-se da cena do crime, Conchita e Leonardo caminham ocultando seus vultos cambaios. A noite era escura como o negrume de suas almas. A mulher cobria suas carnes com um vestido amarelo-palha em frangalhos, na boca um cigarro apagado, à cintura uma bolsa com peças íntimas e três pedras de craque. Ramayana foi assassinada. Era Natal de 2007.
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Adalberto Lima, fragmento de Estrela que o vento soprou.
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