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cronicas-->O Outro Lado da Chuva -- 13/10/2007 - 09:34 (Ivan Guerrini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mais de trinta anos atrás, quem não se lembra? Era o ano de 1970 e o filme era Butch Cassidy. A cena da bicicleta na chuva, ouvindo a canção "Raindrops keep falling on my head", ou seja, que "os pingos de chuva continuam caindo em minha cabeça". Que delícia! Uma canção famosa que acabou entrando em vários outros filmes, sempre tida como alegre e otimista. Entrou em "Forrest Gump" e "Homem Aranha-2", para citar poucos. Só podia ser de Burt Bacharach. Ele fala até da figura mitológica de Procrusto na letra, o cara que ajustava todo mundo para caber em sua cama. E à luz do mito, Burt diz que nada parecia se ajustar à medida que os pingos da chuva continuavam caindo. É verdade, no meio de uma chuva fina de uma vida padronizada e insossa, nada parece se ajustar. Identifico-me com dias e fases da vida em que tudo estava muito ruim mesmo, o símbolo dessa chuva fina, caindo em minha cabeça sem parar. Aí, entrando na história da canção, decido tomar uma atitude, já que essa chuva está me incomodando. Quero ter uma conversinha com o Sol, logo penso. Eu aí eu digo a ele que não estou gostando nada, nada, do jeito em que ele está desempenhando sua tarefa. Até parece que ele está dormindo em serviço... Afinal, a chuva não para e continuam os pingos a cair em minha cabeça. Mas aí, click! Respiro fundo e vem uma luz, a lampadinha do "idéio" se acende! Há uma coisa que eu sei bem, percebo ao identificar as belezas da vida, admirando a natureza que sempre esteve a minha volta. A diferença é que agora eu a percebo. Essas tristezas que me mandaram, seja lá quem for que fez isso, não vão me atingir mais. É uma decisão que eu tomo! Não demora e a alegria já vai estar novamente batendo em minhas portas e me dizendo "olá, estou de volta". Então, reflito com meus botões: os pingos de chuva continuam a cair em minha cabeça, porém isso não significa que meus olhos estarão ficando vermelhos. Ou seja, a chuva pode continuar a cair, mas os bumerangues que me mandaram não me atingem mais, já estão voltando às origens. Sabe porque? Simplesmente porque descobri que esse tipo de choramingo não é para mim. Eu mesmo me disse: sai dessa! E, de mais a mais, já descobri também que não vou conseguir parar a chuva só com reclamação. Afinal, sou completamente livre e agora decido que nada mais vai me aborrecer. É só uma questão de pouco tempo e aqui estará de novo a alegria me cumprimentando. Ufa! Agora já posso cantarolar o "Raindrops" com outra cabeça, muito mais endorfinado. Fecho os vidros do carro e canto para ninguém ouvir, mas ao mesmo tempo para todos ouvirem, todos os que quiserem. E aí me emociono e curto a intenção profunda do autor da canção! Que visão, cara! Você é um visionário místico, Burt. Há trinta e sete anos e agora novamente, o mesmo sentido profundo de olhar para a frente, despertar do sono acomodado de uma vida sem sentido. Que sensibilidade! Esse é o outro lado da chuva que nos bate em dias já acinzentados pelo nosso comodismo e que muitas vezes só nos faz reclamar. E você mostra que há sempre um outro lado para ver a vida, um lado onde o Sol está constantemente brilhando. E que a alegria está aí, batendo às portas.
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