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cronicas-->Em Busca do Professor Quàntico -- 11/10/2007 - 21:24 (Ivan Guerrini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ouço minhas músicas prediletas na Antena 1 enquanto penso nas aulas de Física da próxima semana. Deixo-me divagar: música e aulas, uma combinação perfeita... Para que, Ivan? Alguns alunos não vão lhe dar a mínima, como você sabe. E os colegas clássicos, como você também sabe, jogam no lixo essa mistura de música com ciência. Afinal, para eles, a ciência é "coisa séria" e não se mistura com música, artes, sentimentos e emoções. Eles acham que você viaja na maionese. Mas e o movimento transdisciplinar da última década, pergunto? E as idéias de Lupasco, Nicolescu e D´Ambrósio? Será que ninguém sabe disso? Freire já disse décadas atrás que a educação precisa ser outra porque os tempos são outros. Morin continua dizendo isso hoje. E para mim é verdade. Uma educação que não compromete o ser humano com a natureza e não liberta de padrões e arquétipos indesejados, não é educação. Ora, como fazer uma educação dessa forma renovada e comprometida com o entusiasmo, se estiver dissociada daquilo que mais a vida oferece de bom: a música, o lúdico, o encantamento? Nada é separado na vida, não? O pessoal clássico leva muito a sério as separações e reduções propostas pelo modelo cartesiano. Nem mesmo Descartes foi tão rigoroso assim. E agora, neste início de novo milênio, faz-se mister perguntar: depois que surgiu a Física Quàntica, como pode ainda alguém ser um professor clássico? Se a Física não é mais a mesma, quem ensina Física também não poderia ser o mesmo depois do advento da Física Quàntica. E sabe-se que é a Física que indica caminhos para a ciência de modo geral, como sempre foi na história. Então, fico pensando que estamos nesta fase da evolução do conhecimento humano em busca do professor quàntico. Quem sabe esta é uma fase de preparação para a ruptura e o salto previstos pelos antigos Maias para 2012? Quem seria, então, esse personagem, esse tal de professor quàntico? Bom, seria um professor aberto, em primeiro lugar, buscando a integração dos conhecimentos da natureza. Um questionador nato, um rebelde saudável que entende a rebeldia dos jovens, do tipo do Prof. John Keating no filme "Sociedade dos Poetas Mortos". Seria alguém imprevisível em termos de conduta, sempre inovando com atitudes alegres e motivadoras para os alunos e trazendo sempre textos, filmes, atividades extra-classe e metodologias novas. Alguém muito intuitivo e espiritualizado. Alguém conectado com outros seres em evolução, humanos ou não, de uma forma não-local. Seria um professor conhecedor dos novos caminhos da educação, além dos avanços de sua área específica. Um professor que sabe que a inter e a multidisciplinaridade são essenciais nas escolas de hoje, ou seja, os temas transversais que poucos colegas conhecem, mas que, mais que isso, sabe ir além desses tópicos transversais, na direção do transdisciplinar. E é na lógica transdisciplinar que ele encontraria as bases para entender e explicar os estranhos efeitos da Física Quàntica. Com a lógica clássica, a aristotélica, sabe-se que só se entende a Física Clássica. Não adianta querer trazer a filosofia, a epistemologia e a ontologia da Física Quàntica para as salas de aula se não se trocar de óculos. É muito, muito diferente. Se o professor clássico não mudar muito, drasticamente, ele jamais será um professor quàntico. É como diz a Bíblia: num vestido novo, não adianta colocar remendo velho; vestido novo pede remendo novo. Assim como vinho novo pede barril novo para conservá-lo. Então, chego à conclusão de que precisamos de professores novos, quànticos, para falar e ensinar a Nova Física e a Nova Ciência nascida no século XX e que adentra o novo milênio. Precisamos de professores que não se assustem com a possibilidade de ensinar com música e que se preocupem menos com o conteúdo e mais com as maneiras de cativar o aluno para que a aprendizagem possa emergir como propriedade do sistema complexo e dinàmico de ensino. Seria tão bom se o professor pudesse ser mais natural, flexível, criativo e alegre sem deixar de ser responsável. Seria tão bom poder ensinar uma ciência que tem a ver com a vida que corre livre e solta lá fora, ao invés de ensinar uma ciência que só vale dentro da sala de aula ou do laboratório. Seria tão bom ser mais íntimo com a natureza, já que fazer ciência está ligado diretamente a conhecer melhor essa mesma natureza, a "physis" dos gregos. Seria tão melhor ser um professor alegre, intuitivo e artístico que, sem remorsos, pudesse usar o lúdico de suas músicas e peças teatrais para dar respaldos a seus assuntos. Afinal, já mudamos de século e de milênio e a grande maioria continua usando o mecanicismo, o reducionismo e o positivismo, áridos e castradores, fazendo os alunos cada vez irritados e desapontados com a ciência. De minha parte, vou continuar em busca dos meus sonhos, ouvindo a Antena 1 e preparando minhas aulas e palestras, seguindo a orientação sutil da inspiração interior, das conexões não-locais, buscando os insights que não estão nos livros, buscando os caminhos do professor quàntico.


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