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Artigos-->China.O Outro Lado da Muralha - Parte IV -- 05/03/2003 - 16:22 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


China. O Outro Lado da Muralha – Parte IV

(por colaboração: Domingos Oliveira Medeiros)



Continuamos a falar sobre a cultura chinesa, desta feita a partir da Dinastia Ching ou manchu: 1644-1912.



A dominação Ching -- dinastia manchu de origem mongol -- não interrompeu a continuidade literária. Pelo contrário, generalizou-se a imitação dos clássicos. Entre os poetas, notabilizou-se o manchu Nara Singde que, embora muito influenciado pelos grandes líricos do período Tang, expressou-se com original arrebatamento em suas descrições da natureza.



“A tradição da literatura fantástica teve continuidade com Pu Songling (P u Sung-ling), autor de uma série de 431 narrativas reunidas em 1766 sob o título geral de Liao zhai zhi yi (Liao-chai-chih-i) ou Histórias maravilhosas do pavilhão das diversões.”



Por seu lado, Wu Jingzi (Wu Ching-tzu) satirizou os escritores de sua época com a obra de grande realismo, Ru lin wai shi ou História particular dos escritores. Ao contrário de Pu Songling, ele usou somente a linguagem fonética. “ Mais famoso e mais lido que os outros, Cao Zhan (Ts ao Chan s) escreveu Hong loumeng (Hung-lou meng) ou O sonho da sala vermelha. (...)Foram de grande importância as traduções de obras ocidentais realizadas a partir do século XIX. Notabilizaram-se como tradutores Yan Fu (Yen Fu) e Lin Shu. Teve continuidade, além disso, a linha narrativa que, muitas vezes, satirizava a cultura e a sociedade do império. A produção poética, no entanto, se afastou cada vez mais da tradição, na busca de seu próprio caminho. Destacaram-se como poetas mais representativos do período Huang Zunxian (Huang Tsun-hsien) e Liang Qichao (Liang Ch i-ch ao).”





E entramos no Século XX.



O ano de 1912, da proclamação da república, propiciou uma grande revolução literária. As traduções se multiplicaram e os intelectuais se propuseram a reformar a literatura. O principal líder dessa reforma foi Chen Duxiu, que se empenhou no sentido da aproximação da literatura ocidental. O primeiro passo do programa consistiu em abandonar a linguagem clássica para adotar a fonética.



“O novo estilo consagrou-se com a obra de Zhou Shuzen (Chou Tso-jen), que adotou o pseudônimo de Luxun. Autor de histórias satíricas que criticavam o conservadorismo da sociedade chinesa, Luxun abriu caminho para a renovação da prosa narrativa em seu país e ganhou fama internacional em 1921 com Ah Q zhengzhuang (Ah Q Cheng-shuan) ou A verdadeira história de Ah Q.”



“”As convulsões sociais da década de 1920 provocaram uma mudança no rumo das letras chinesas, que passaram a ser usadas, principalmente, como instrumento político. O estilo realista de Mao Dun (Mao Tun), o humor de Lao She e a vivacidade da prosa do anarquista Bajin (Pa Chin) monopolizaram o perfil da prosa narrativa da época. Na década seguinte, um grupo de novelistas do nordeste da China alcançou grande popularidade: sobressaíram Xiao Jun (Hsiao Chun) e Xiao Hong (Hsiao Hung). Mais notável ainda foi o progresso da dramaturgia, graças principalmente à obra de Cao Yu (Ts ao Yü), que consolidou e difundiu o realismo social. Durante a guerra entre a China e o Japão predominaram os escritos patrióticos e cultivaram-se todos os gêneros, principalmente entre os autores já consagrados.”



Após a implantação da República Popular da China, em 1949, a literatura continuou a ser instrumento de divulgação de idéias políticas. Mao Zedong (Mao Tsé-tung), presidente do Partido Comunista, que também produziu relevante obra poética, assinalou a necessidade de se criar uma literatura proletária, tanto na forma quanto no conteúdo.



Entre os principais romancistas encontram-se Ding Ling (Ting Ling), com seu Taiyangang zhao zai Sangganhe shang ou Brilha o sol sobre o rio Sang-gang, de 1949, e Zhou Libo (Chou Li-po), autor de Baofeng zouyou (Pao-feng tsou-yü) ou O furacão, do mesmo ano.

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“Após a morte de Mao, o simbolismo poético de Bei Dao (Pei Tao), o arrojo da nova produção dramática e as reportagens jornalísticas de Liu Binyan (Liu Pin-yen) representaram a nota dominante no ambiente literário, em que se pôde observar uma crescente influência dos autores ocidentais. Ao longo do século XX, submetida às constantes convulsões políticas, a literatura chinesa conseguiu, todavia, conservar seu frescor e sua capacidade de renovação, assim como os valores essenciais de sua longa tradição.”

Em relação a música.



A música chinesa exerceu importante papel nas concepções filosóficas e lendárias da velha China. Uma teoria musical muito desenvolvida, as peculiaridades da notação musical e os instrumentos de música criaram uma arte original, cuja tradição se conservou até meados do século XX.



“Na China teocrática e patriarcal da antiguidade, a música chinesa era usada pelos governantes para influenciar os sentimentos populares. Desde o imperador Fu Xi (Fu Hsi) (c. 2205 a.C.), cada soberano possuía sua própria música, composta por ele ou sob sua direção. Algumas dessas composições eram executadas em cerimônias religiosas e civis. O rigor primitivo diminuiu aos poucos até dar lugar ao aparecimento de cantos rituais e populares. (...)”.



“Dificilmente se obterá uma definição da melodia chinesa capaz de abranger todos os estilos e períodos. A música chinesa em sentido estrito, o han-jen, utiliza predominantemente cinco notas, embora faça uso eventual da escala de sete notas. Os ritmos são, na maioria, binários ou quaternários e as melodias, de estrutura seqüencial, são freqüentemente não-simétricas, apesar da estrutura rítmica binária. A ornamentação constitui uma arte de grande relevo na música chinesa. Um tocador de alaúde não apenas ornamenta, como também completa as notas prolongadas da melodia com um contorno de notas repetidas. Numa pequena orquestra, integrada por flauta, violino e alaúde, todos tocam a mesma melodia em uníssono ou em oitava, com ornatos e de uma maneira apropriada às características de cada instrumento, em contraposição à estrutura rítmica da percussão -- tambores, badalos, gongos e címbalos.”



“Uma característica dos conjuntos instrumentais de teatro consiste no emprego do órgão de boca, que duplica a melodia. Semelhante diafonia serve às exigências puramente melódicas da música e demonstra que a idéia generalizada de que a música chinesa é inteiramente linear não leva em conta a criação musical folclórica.”





Instrumentos musicais.





Feitos de metal, pedra, seda, bambu, pele ou madeira, os instrumentos chineses eram ordenados, na orquestra, em oito grupos, como o das campainhas de metal, o das flautas de bambu e o dos carrilhões de pedra.



“ O chin (2852 a.C.), espécie de cítara de sete cordas de seda, é o mais antigo e o mais musical dos instrumentos chineses. Considerado próprio das classes cultas, requer um complexo sistema de notação musical. “



“O se (2695 a.C.) é semelhante ao chin, mas difere deste pelo número de cordas, que primitivamente eram cinqüenta mas reduziram-se para a metade. Novas alterações deram origem a uma série de instrumentos, entre eles o zheng (tcheng), com 16 cordas, cujos sons lembram os do piano, da harpa e da guitarra.”



“O nan-hu, violino de duas cordas, compõe-se de um corpo cilíndrico oco, cuja parte superior é revestida de pele de serpente. O corpo do instrumento é atravessado por um longo braço, ao qual são afixadas duas cordas de seda. A partir de 1911, os tocadores de nan-hu adotaram a técnica do violino, sobretudo a do dedilhado, a fim de obter várias oitavas.”



“ O pipa (pi-pa) é uma guitarra surgida antes da dinastia Tang (c. 600), em forma de meia pêra, com quatro cordas e caixa de ressonância achatada. Uma grande palheta de marfim ou madeira faz vibrar as cordas.”



“ O hsiao é um clarinete de bambu, com 55cm de comprimento e cinco orifícios. Foi introduzido na música ritual durante a dinastia Yuan (1300). O sheng (cheng) é uma espécie de gaita ou "órgão de boca", com 17 tubos de bambu.”



Os instrumentos de percussão são muito numerosos e feitos de bronze, jade ou madeira. “O sino de bronze, ou po-chung, tocado com martelo de madeira, surgiu na dinastia Yin (1766-1122 a.C.), época em que era usado nas manifestações musicais da corte. Da dinastia seguinte, a dos Tcheu (1122-255 a.C.) são os pien-chung, série de 16 sinos (duas fileiras de oito) de sons diferentes, suspensos por um suporte de madeira e tocados com um martelo de feltro.”





Gêneros musicais.





“Além da música folclórica, rica e variada, dois importantes gêneros merecem destaque: a música clássica e a ópera. O termo "clássico" refere-se às músicas para solo de alaúde ou flauta. O termo "ópera" é geralmente aplicado aos dramas musicais, inteiramente cantados, salvo breves trechos recitados em linguagem altamente estilizada. Existem cinco tipos de ópera: (1) kun-chu, surgida no século XVI, cujo instrumento acompanhante básico é a flauta; (2) ching-hsi (século XIX), acompanhada basicamente pelo violino; (3) ópera moderna; (4) ópera provincial e (4) ópera folclórica ou popular.”





A partir da revolução de 1912, surgiram várias escolas, sob influência ocidental, culminando com a fundação do conservatório de Xangai, em 1927. Nas relações da música chinesa com a música ocidental, manifestaram-se duas tendências: alguns compositores, empenhados em manter a tradição, dedicam-se exclusivamente à criação de obras para instrumentos nacionais. Outros músicos assimilaram a musical ocidental e preferem os instrumentos internacionais, sem deixar de conferir a suas obras conotações essencialmente chinesas.



Domingos Oliveira Medeiros

05 de março de 2003













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