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Artigos-->China. O Outro Lado da Muralha - Parte III -- 05/03/2003 - 16:02 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
China. O Outro Lado da Muralha – Parte III

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Ainda sobre a literatura na China, permito-me transcrever alguns textos a respeito, para conhecimento de quem não possui a fonte que me serve de referencial para mostrar o outro lado pouco conhecido da China.





Embora os vestígios mais antigos da escrita chinesa sejam inscrições em ossos e carapaças datadas do século XVIII a.C., ainda não podem ser consideradas literatura, em vista de sua extrema brevidade. Só a partir da dinastia Zhou, no século XII a.C. teve início uma tradição literária.



“A maior parte da literatura dessa época tinha um propósito didático. Exemplos típicos são os cinco jing (ching) ou livros clássicos, elaborados durante séculos e que constituíram a base dos ensinamentos de Confúcio. Desses cinco livros, o Shi jing (Shih Ching), ou Livro das odes, foi a primeira antologia poética chinesa; o Yi jing (I Ching), ou Livro das mutações, era um manual de fórmulas divinatórias que ganhou largo curso no Ocidente em fins do século XX.”



As primaveras e os outonos descrevia, com detalhes, os costumes e os fatos políticos de 772 a 481 a.C., no estado de Lu, onde nasceu Confúcio; e o Li ji (Lü-shih), ou Memória dos rituais, era uma coleção de livros com descrições dos rituais religiosos.



As primeiras obras de autoria individual foram o Dao-de jing (Tao-te Ching), ou Livro da razão suprema (o Tao), e o Lun yu (Lün-yü), conhecido como Analectas (conversas). O primeiro é atribuído a Laozi (Lao-tsé), considerado o fundador do taoísmo, e o segundo, a Confúcio. Ambos são resumos de suas doutrinas, realizados por discípulos, mas acredita-se que correspondam fielmente às concepções filosóficas de seus mestres.



Desses cinco clássicos, o mais importante do ponto de vista literário é o Shi jing. “A obra, dividida em três partes, se compõe de 305 poemas originariamente recitados com acompanhamento de músicas e danças. Seu tom espiritualizado e sereno exerceu grande influência na poesia chinesa, que, em linhas gerais, deu sempre mais importância aos enfoques líricos do que aos narrativos e, quando narrativa, sua concisão foi pouco propícia a exaltações épicas.”



Nas regiões meridionais, contudo, desenvolveu-se outro tipo de poesia que, embora também acompanhada por música, tinha acentos mais elegíacos e sombrios, e daria à China seu primeiro poeta conhecido, Qu Yuan (Ch ü Yüan). A atmosfera de lenda que envolveu a figura desse autor, que se suicidou nas águas de um rio, e as inflexões dilaceradas de sua poesia, constituíram a primeira manifestação da vertente melancólica e arrebatada da literatura chinesa, em que muitos rastreiam a influência do taoísmo.





Dinastia Han: 206 a.C.-220 da era Cristã.





“Marcada pela elegância e despojamento, a prosa literária do período Han representou a perfeição do estilo e foi imitada por todos os escritores posteriores. Numa abundante produção de importantes obras filosóficas e políticas, destacam-se também os textos de caráter histórico produzidos na época, em especial o Shi ji (Shih-chi) ou Arquivos históricos. Escrita em cerca de 85 a.C., por Sima Qian (Ssu-ma Ch ien), a obra trata dos fatos e personalidades pertencentes a um período de quase dois mil anos. O Shi ji foi não só a primeira obra de história dinástica chinesa, como também serviu de modelo para todas as obras posteriores no gênero.”





As seis dinastias e a dinastia Sui: 220-618.





“Depois da queda da dinastia Han, houve uma nova fase de confusão política, na qual se sucederam numerosas revoluções e dinastias efêmeras. A vida cultural, porém, não se ressentiu com isso. O que mais distinguiu o período foi a preocupação com a beleza formal, patente tanto na poesia quanto na prosa. Os melhores poetas, contudo, souberam reproduzir o lirismo das canções folclóricas. Entre eles, destacaram-se Cao Zhi (Tsao Chih) no século III e, principalmente, Tao Qian (Tao Chien), entre os séculos IV e V, considerado um dos maiores poetas chineses de todos os tempos, cujos versos despojados e elegantes contrastavam com a artificialidade do estilo de grande parte de seus contemporâneos. “



“A prosa foi-se tornando cada vez mais independente em relação aos modelos dos mestres do passado, sob o influxo da consolidação do budismo. Entre os prosadores da época destacaram-se Lu Ji (Lu Chi), que no século III foi o pioneiro das novas tendências estéticas, e também os cronistas do século VI, Yang Xianzhi (Yang Hsien-Chih) e Li Daoyuan (Li Tao-yüan).”





Dinastia Tang e período das cinco dinastias: 618-960.





“Com a dinastia Tang, a literatura chinesa conheceu uma de suas fases mais brilhantes, especialmente na poesia, que teve extraordinário florescimento graças à eclosão de novos gêneros poéticos. Entre os numerosos poetas da época, sobressaem: Wang Wei, também pintor, cuja lírica reflexiva tinha como tema as relações homem-natureza, sob influência do budismo; Li Taibo, conhecido como Li Bo (Li Po), talvez o mais famoso dos poetas líricos chineses no Ocidente, cantor da liberdade e dos prazeres do vinho, das paisagens agrestes e montanhosas; e Du Fu (Tu Fu), poeta de preocupações sociais.”



A prosa de então caracterizou-se sobretudo pela busca de um estilo cada vez mais pessoal, sendo seu expoente máximo Han Yu (Han Yü). A maior liberdade gramatical favoreceu o surgimento de numerosas histórias de amor e de aventuras, cheias de elementos mágicos e sobrenaturais. Entre seus principais autores salientaram-se Shen Yazhi (Shen Ya-chih) e Bo Xingiian (Po Hsing-chien).





Dinastia Song: 960-1279.





Com a queda da dinastia Tang, a China novamente se dividiu em pequenos estados, reunificados pela dinastia Song. A produção literária da época foi muito estimulada pelo aperfeiçoamento da qualidade de reprodução.



“Na poesia, dois estilos predominaram. A poesia erudita e tradicional foi representada pelo shi, cujo principal representante, Lu You (Lu Yu), produziu vasta obra. O estilo mais cultivado era, entretanto, o ci, resultante da depuração da lírica popular, e que propiciou o aparecimento de artistas notáveis como Ouyang Xiu (Ou-Yang Hsiu) e Li Qingzhao (Li Ch ing-chao), considerada a maior poetisa chinesa. Na prosa, cabe assinalar a proliferação da novela popular em linguagem fonética e o surgimento de algumas obras de história geral da China.”





Dinastia Yuan: 1280-1368.





‘Fundada pelos invasores mongóis, a dinastia Yuan trouxe a diversificação das atividades literárias. Digno de nota foi o surgimento da dramaturgia, que teve origem na representação das cerimônias religiosas. Grandes aficcionados do teatro, os Yuan conseguiram acabar com o preconceito dos escritores chineses em relação a esse gênero literário popular. O primeiro dramaturgo a ganhar fama foi Guan Hanqing (Kuan Han-Ching), com uma produção de cerca de sessenta obras. Entre seus contemporâneos, destacaram-se Wang Shifu (Wang Shih-fu) e Ma Zhiyuan (Ma Chih-yüan). .”





Dinastia Ming: 1368-1644.





De novo dominado por uma dinastia exclusivamente chinesa, o império foi unificado e o confucionismo restabelecido. Em linhas gerais, a literatura da época se caracterizou pelo culto dos clássicos do passado. Somente no século XVI os teóricos da escola Gongau defenderam a necessidade de que cada época criasse suas próprias formas literárias.



“As conquistas literárias mais importantes se deram no campo da prosa narrativa e do teatro, cujos diálogos ganharam agilidade e vida. (...)Entre as novelas da época são dignas de nota Xi you ji (Hsi-Yu chi) ou Viagem ao Ocidente, de Wu Chengen (Wu Ch eng-en s), relato das aventuras de um monge chinês na Índia do século VIII, e Jin Ping Mei (Chin Ping Mei) ou Flores de ameixeiras no vaso de ouro, história de amor com linguagem e descrições bastante cruas, de autor desconhecido.”

Domingos/2003

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