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Contos-->Vida moderna -- 27/05/2001 - 20:49 (Luiza de Sá) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando parei senti um frio intenso adentrar meus olhos. Ficaram tão frios que já não podia sentí-los.
Era noite e por horas observava as àrvores na calçada da rua 15. Ventava a as àrvores iam de um lado para outro, como uma mãe embalando seu bebê. Isso me acalmou.
Sentia falta de ser embalada, de recostar minha cabeça suavemente em um peito amigo e dormir ao som do silêncio do toque quente de uma mão carinhosa.
Meu olhos não mais se mexiam. Estavam congelados, extasiados com a visão da realidade.
Não se encontrava pessoas nas janelas, violões nas calçadas, pés no chão, brincadeiras de roda ou doces e delicadezas. A rua já estava hermeticamente fechada às àrvores que embalavam o vento.
As ruas estão todas fechadas. Estariam mortas se não fossem as belas àrvores comprindas...
São hoje as belas àrvores que dão vida às ruas. As crianças já não saem mais para brincar e encher os bairros de alegria. Elas se perderam num mundo caduco onde até a emoção das cartas está morta.
A não ser nos belos morros das favelas onde moleques, papagaios e balas perdidas se misturam, onde se dá realmente valor à vida, o resto, todo ele, está morto.
Ah que saudades das cirandas e amarelinhas!
Molecada correndo e mães preocupadas com os joelhos esfolados dos filhos que insistiam em descer as ribanceiras com um pedaço de papelão...
Hoje as mães se preocupam em não deixar seus filhos se perderem nas ilhas isoladas do mar virtual.
O contato está indo embora, as pessoas estão perdendo seu calor. Já não param para ver os pássaros ou escutar a alegria que celebra dia-a-dia a gratitude de viver.

Meus olhos continuam gelados...
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