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cronicas-->Declaração à Praça -- 04/10/2007 - 18:43 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Declaro à praça: Sou um indigente cultural, bato tudo em liquidificador de letras, repasso a gosma para vocês julgarem a procedência e a duvidosa veracidade dos fatos expostos e das situações para lá de inverossímeis que traço. A máxima "nada se perde, tudo se transforma", utilizo à exaustão; sou um bufão, um cantor de opereta, jogador de xadrez dos mais míopes e fumante de fim de semana.

Nada do que digo se leve a sério!

Chego ao bar, olha-me um garçom com cara de desdém, "lá vem ele de novo".Imagine um chato que gruda como bala quebra-dente na sua obturação. Sou um rato de subúrbio, dos mais dentuços e aguerridos, isto o sabe o velhaco que me serve em meio copo a bebida mais horrenda que tem, misto de perfume barato com uísque paraguaio.

Sou um cambaio.

Meu cheque tem pernas curtas, volta rápido como um raio, o gerente me conhece como o papagaio que anda, minha cara está a prêmio, num cartaz colado em poste noturno, é só olhar com cuidado. Eu busco rasgá-los todos, nem nisto sou bom, os meninos são mais rápidos e cuidam de minha imagem melhor do que eu!

Um traste!

Nem à namorada me declaro, sai pela culatra:o presente, rejeitado numa lixeira, um vaso voando pela janela. Passa o carro de polícia, sei que sou azarado mas um vaso entrar pela cara do meganha, já é demais! Fico um trapo na cela, declaro a toda a galera que estou de licença, qual o quê, o cobrador já deu a sentença: Só podia ser você mesmo, um derrubado. Bamboleio de ressaca, que é o que faço de melhor, nada se copia do que falo. As velhas fórmulas eu traço, numa ziquizira danada e o que é veloz é meu tempero solto, que escorre nas calças velhas e puídas de meu desmazelo. Exagero? Que nada.

Pura verdade!

Quase nada do que falo se aproveita, nem minha amada que me sabe pouco, nem o polícia que me fita ao léu.Dou nó no capeta, nem Deus me conhece, nos terreiros me descubro, nas favelas eu caminho no frio e na aragem, com um olho no céu, outro na bandidagem que me quer longe, nas quebradas do deserto da madrugada, que não deixa de ser a minha vida, a danada.

Sou um santinho de pau oco, querida!
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