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cronicas-->Socorro -- 18/01/2001 - 01:37 (Mastrô Figueyra de Athayde) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

"Socorro, amor, já não estou sentindo nada! Nem calor, nem fome, nem dá mais vontade de chorar, nem de rir!..." Estava Carlos Abras, deitado em uma rede feita de trapos, amarrada por uma corda de nylon, escutando ao som do polêmico compositor Arnaldo Antunes. O seu coração estava ao ponto de explodir, tamanha indignação frente às mais variadas desgraças que uma pessoa pode ver, sentir e presenciar. Carlos pede socorro por tudo e para todos, mas infelizmente poucos podem lhe ajudar, já que o maior mal está na própria sociedade.
Em seu profundo inconformismo, Carlos relembra em suas lembranças fatos que o fazem ficar "p" da vida, entre eles um famoso baile realizado em Campinas, que para ele foi a gota d água. Na festa Carlos quase tentou suicídio, ao ver uma moçoila dançar. Até aí tudo bem, mas o modo como ela dançava mais parecia com uma galinha caipira com o pescoço destroncado. Ela abria os braços em um ritmo totalmente descoordenado, abria uma verdadeira cratera no meio do salão. Ele olhava e via tal anormalidade inconformado. Além de "dançar" ela falava mais alto que a música tocada na festa. Parecia que ela queria todas as atenções só para ela. Atenção ela conquistou, assim como a indignação de Carlos, que saiu correndo do salão pedindo socorro. Sorroco!!!
Como este caso não é do alcance da polícia, Carlos pensou em fazer justiça com as próprias mãos. Foi até a sua casa e de posse de uma pistola semi-automática retornou até a grandiosa festa. Em sua cabeça o ódio caminhava junto ao inconformismo e, já que teoricamente ninguém poderia fazer nada, ele que tem uma bandeira de Che Guevara pendurada em seu quarto, resolveu acabar com as bizarrices do mundo. O primeiro objetivo era dar fim à horrenda dançarina. Seu segundo objetivo era sair de Campinas, sem destino, e acabar com outros fatos berrantes da sociedade, entre eles os grupos KLB, P.O Box e a apresentadora Ana Mara Braga.
Com estes objetivos, Carlos foi caminhando a passos largos até o salão, que fica nas proximidades do bairro Cambuí. Entrou no salão com o inconformismo no olhar e a viu dançando. O ódio aumenta, ele se aproxima e saca a pistola. O salão pára, a música acaba e todos vêem a pistola que reluz com a luz do holofote. Carlos põe a pistola na cabeça da dançarina e sem falar nada entrega a ela um cartão com o seguinte dizer: Academia de Dança Só Falta Você. Ele levanta a pistola e dispara três tiros no teto do salão. Neste momento ele sai gritando do salão: Eu fico louco, eu fico fora de si!!!
A incompreensão toma conta de todos no salão. Retornando à sua casa, Carlos escreve um bilhete em letras garrafais. Ele escreveu, que a vida é triste, se as pessoas à fizerem triste. Todos merecem uma segunda tentativa, por mais que não há mereçam. Ele voltou para a sua rede e deitou ao som de Arnaldo Antunes e viu que não adianta ser guerrilheiro, basta ter senso...

Mastró Figueira de Athayde é cronista e surfista
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