O MENINO POETA
Renato Ferraz
Ali onde morava era o fim do mundo,
mas para ele não existia a palavra fim,
queria mesmo era começar a nova fase da sua vida.
Sonhava com isso todas as noites.
Ele morava distante de tudo,
o que também pouco lhe importava.
Quando o dia clareava,
ele se levantava e contava
que havia sonhado a noite inteira com poesia.
O pai o ouvia todo dia e sorria.
A mãe também ouvia e o incentivava.
Quem quisesse saber o que ele queria ser,
a resposta estava pronta, queria ser poeta.
Achava importante como um poeta fala
sobre a vida.
Apesar de não conhecer nenhum pessoalmente.
Onde morava, alguém sequer ouviu falar.
Ele achava que a natureza era atacada,
injustamente.
Logo ela que é uma extensão de Deus,
que nos dá tudo em troca de nada.
Para o menino, a poesia tem
sua forma própria de contribuir
com a vida e com o planeta.
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