Alma escura
Sinto tua alma escura
Como uma noite de breu,
Em teu olhar, a amargura
Dum amor, que em ti morreu.
Triste sina foi a tua
Como triste o teu penar
Quem joga o que tem na rua
Está sem fome e paladar
Nunca poderás encontrar
Nas sombras da noite escura,
O sublime carinho, a aventar
Sonhos de amor e ventura
Perdida em conjeturas
Tentas com novas sementes
Que os detritos porventura
Sejam mais complacentes
Tua conduta imatura
Própria da juventude
Demonstra que a criatura
É fruto da leviandade !
Na tua face singela
Escorrem lágrimas sem fim
Mulher, outrora tão bela
Agora, chora seu fim !
22/12/2022 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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