Falar-lhes-ei sobre minha conturbada vida de contradições plácidas. Não sou quem pensam que sou, nem tampouco por quem não me tomam. Sou o espelho do homem moderno e suas idéias antiquadas.
Por ser extremamente escassa, dividirei a minha inteligência superior em partes não iguais deste todo perfeitamente defeituoso, que compõe este gênio ingênuo.
Classifico meu texto como humor, apenas por considerar minha senil e viril vida, uma tragicomédia de humor negro kitsch melodramático.
I - Sobre a minha religiosidade laica.
Eu era ateu até o dia em que descobri que deus não existia.
Desde então dedico-me a entender este ser superior chamado Jesus Cristo, que creio sinceramente possa talvez concerteza ser fruto de uma grande história de ficção.
Acredito piamente na mensagem da igreja católica, e sempre evito as missas e também as confissões, que não caíriam bem em um homem de formação religiosa sólida e bem definida como a minha.
Procuro também praticar o bem, e para tanto sonego
religiosamente meus impostos para evitar falcatruas com o povo.
Creio também na existência de encarnações, já que eu mesmo estou em minha primeira vida, que alías é o máximo de vidas que nos é permitido vir à terra.
Detesto o diabo, e todos os seus amigos, Hitler, Linda Blair e Judas.Quanto a isso nunca tive dúvidas, mas não creio em céu e inferno.
Quando jovem era judeu, mas logo tornei-me mulçumano por influência de minha mãe, que tendo nascido em setembro, era do signo de virgem.
Após peregrinação à Meca, optei pelo hinduísmo, e assim mantive-me por longos minutos.
De volta à terra natal, em 25 de dezembro, esperava reencontrar minha fé original, enquanto minha mulher comia uma maçã, mas apesar de todos os avisos para que não saíssemos de casa, atravessamos São Paulo no verão, e assim fomos pegos pelo dilúvio do fim de tarde.
Após buscar meus sete filhos, que são umas pragas na casa de minha irmã, paramos todos diante de um grupo de hare krishnas que nos fizeram entender o segredo da vida e o sentido do universo, que são não se ter segredos nem sentidos tangíveis a seres tão infímos quanto nossa família.
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