Estava infeliz raposa a lastimar sua sorte e já sem esperança de sobreviver, atolada no fundo de um poço. Avistando um bode que se aproximava, limpou as lágrimas e fingiu estar usufruindo do melhor que a vida lhe podia oferecer. Atraído pelo inusitado, o bode quis saber da raposa o propósito daquela aventura.
- Isto aqui é a felicidade, amigo bode. Veja que água limpa; desça, venha provar seu frescor!
De um salto, desce o bode, passando a fazer companhia à raposa. Quando pensou em voltar, viu que ambos estavam aprisionados.
- Subo em tuas costas e saio - disse-lhe a raposa - e lá de cima providencio sua saída.
Isto posto, uma vez em liberdade, a raposa esqueceu-se do prometido, deixando o bode no fundo do poço.
Tal qual a raposa e o bode, assim muitas vezes somos. Sem atentarmos para as ciladas, podemos ser envolvidos por quem não tem compromisso com o que é bom e justo. Se raposa ou bode, quem sabe estamos precisando rever Esopo (Grécia Antiga), ou os instrutivos provérbios da sabedoria popular, tal o que segue:
Conselho de raposa, morte da galinha.
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