SONHO DE OUTONO
É sábado de manhã.
Quando acordei veio-me à lembrança
que eu havia sonhado.
Das poucas cenas que me chegaram à memória,
lembro que ainda era cedo e a tarde se despedia apoiada nos ombros da noite.
Mas a lua já havia chegado e dividia o espaço com o sol.
O mar estava agitado. Suas ondes pareciam estressadas.
Eu havia custado a dormir e penso que talvez tenha sido
por isso que sonhei.
Embora eu acho o sonho algo meio estranho,
que lembra bicho do mato.
Dormi poucas horas e quando dei por mim,
já era de manhã.
Aliás, o outono tem sido assim,
bem cedinho a aurora se antecipa e
manda o sol bater à nossa porta para nos acordar.
Embora eu tenha me levantado com uma sensação agradável
e com ar de satisfação,
a impressão que tenho é que quando sonho,
dentre algumas revelações e surpresas,
sempre ficam muitas dúvidas no ar.
É como se o sonho fosse um estranho que morasse na sua casa,
convivesse com você, mas continuasse apático.
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