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Discursos-->A Propaganda En ganosa -- 18/05/2003 - 22:15 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Propaganda Enganosa
(por Domingos Oliveira Medeiros)
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Lula é um caso típico de propaganda enganosa. O lançamento do produto impressionou pela riqueza de detalhes. A começar pela mudança de lay-out e da própria embalagem. Barba e cabelos bem aparados. Voz suave. Um sorriso permanente no rosto. Cara de bons amigos. Terno impecável. Gravata e sapatos refinados.

A mensagem do produto a ninguém desagradava. E falava o óbvio. O que todos gostariam de ouvir: mudanças, respeitando contratos e direitos adquiridos. Este foi o apelo emotivo, que ganhou, no segundo turno, ruas e praças.

O prazo inicial de validade do produto: quatro anos. Sugerindo prorrogação por mais quatro. Foi assim que o povo acabou comprando gato por lebre. Não chegou a três meses de uso e o produto começou a apresentar defeitos. O mais grave deles: o produto, suspeitava-se, era “pirata”. Cópia fiel do anterior; que o povo engoliu durante oito anos.

A política econômica continua a mesma: subserviência ao capital estrangeiro, juros altos e endividamento crescente. As promessas direcionadas para o social são iguais: não passam de promessas. Faltam recursos. Sobram bravatas.

A política do “feijão-com-arroz”, da “mesmice”, é idêntica. Haja vista o alarde em torno do Fome Zero. Que ainda continua na faixa da “fome cem”.

E o imbróglio cada dia aumenta mais. A palavra chave, “negociação”, passou a ter conotação depreciativa. O governo passou a “negociar” apoios de todos os partidos, objetivando aprovar “seus” projetos. Para tanto, vem usando, com maestria, o rolo compressor por ele tão combatido em outras épocas. Não admite que seus antigos companheiros manifestem opiniões contrárias às suas.

Ademais, a partilha do poder petista, ao melhor estilo do “toma-lá-dá-cá”, está criando uma verdadeira “favela” na Esplanada dos Ministérios. Uma “invasão” de pessoas, cargos, ministérios e secretarias criadas sem qualquer rigor técnico. Nem espaço físico existe. Ministros e secretários nomeados esbarram-se nos corredores desse “ajuntamento” populacional. Sem saber o que fazer, como fazer, com quem fazer e com quanto fazer. Não há objetivos claros, faltam recursos, gente experiente e interação política e administrativa.

Fala-se, desta vez, numa tal de Fase II. O Plano Plurianual de Investimentos. Sem que a população tenha tido a oportunidade de ficar sabendo sobre os resultados da Fase I. Como se a população não tivesse discernimento para entender que, sem recursos, com a dívida em ritmo crescente, e com os juros nos patamares em que se encontram, não há espaços para investir no crescimento. Crescimento , que não acontece sem que haja volumes consideráveis de investimentos em energia, infra-estrutura, políticas de importação e exportação, treinamento de pessoal, e assim por diante.

O Lula, com todo o respeito que lhe é devido, parece o amigo e fiel companheiro de infância: o nosso cão de estimação; que aprendemos a amar; que cresceu junto conosco; e que, para nossa surpresa, encontramos debaixo da cama, trêmulo e com feições modificadas, presas à mostra, tentando nos morder, como se fôssemos estranhos. Sinais típicos da raiva. Raiva de antigos companheiros que se atrevem a pensar diferente dele.

Eu também estou ficando com raiva. Pois “somos responsáveis pelo que cativamos”, no dizer do escritor Antoine du Saint Exupéry, em sua obra “O Pequeno Príncipe” .

Eu também estou com raiva. PT da vida. Afinal, não é todo dia que perdemos um grande amigo.

Domingos Oliveira Medeiros
18 de maio de 2003

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