E por falar em crianças...
Fui, após o almoço, a um Baile Infantil, carnavalesco, no clube aqui perto de casa.
Não tinha o que fazer:
Filho
longe...
Parceiro
nos cuidados do jardim...
Eu,
Um pouco entediada:
- Meu bem! Tomarei um banho e vou ao clube, dar uma espiadinha na festinha das crianças...
Ele,
Enxugando o suor da testa:
- Vai, querida... Cuidado com o trânsito!
Eu,
um tanto indignada:
- Trânsito? Vou a pé!
Ele, todo paternal:
- Eu sei. Mesmo assim: cuidado!
Arrumei-me. Bermuda azul e camiseta preta. Um boné na cabeça, por causa do sol... Assim...
À moda "moleque".
Afinal... É Carnaval!
Em lá chegando, a animação da criançada era grande.
Contagiou-me.
De repente, tive a atenção voltada para uma jovem mulher, com duas crianças (ou três).
Carregava uma ao colo, outra pela mão e outra na barriga...
No momento da apresentação
da "Escola de Samba-Mirim", a menina que estava no chão não conseguia ver nada.
Penalizada, olhei para a mãe e indaguei se poderia pegar a menininha ao colo, para que ela pudesse apreciar o "show".
Ela, com olhar agradecido, disse que sim.
Estendi os braços e a linda criança quase deu um pulo em meu colo, tamanha era a ansiedade de ver o que se passava.
E os sambistas pequeninos davam o seu recado, muito bem dado...
Os olhos da pequena brilhavam. E ela suspirava de tanta alegria.
Em dado momento, perguntou-me:
- Por que você foi tão boazinha comigo?
E eu disse que era por ela ser uma menininha muito linda.
E ela tornou a perguntar:
- Você não tem filha?
Eu disse que não. Que tinha um filho, já grandão. Mas que, se tivesse uma menina, queria que fosse igualzinha a ela.
A menininha, então, com o olhar mais inocente do mundo, fez-me a seguinte proposta:
- Por que você não me pede emprestada à minha mãe?
Ela já tem eu e minha irmã; e ainda vai nascer outra menina... Você vai pedir? Vai?
E dizer-lhes que, com o calor que fazia, ao dirigir-me para o clube, eu quase havia desistido de ver o Baile Infantil.
Teria perdido este "Carnaval de Ternura".
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