--- ontem
--- à entrada do pontão
--- bati com a cabeça algures
--- caí do cavalo
--- e molestei nádegas... dorso...
--- dei um leve jeito no pescoço
--- o Mantilha
--- nobremente suado
--- foi deitar-se sereno
--- na carpete do salão
--- tal e qual alazao real
--- sem reinado
--- na minha câmara ardente
--- o leito estava aberto
--- e estendi-me ausente
--- dorido e abandonado
--- com a imagem dela na mente
...-...-...-...-...
--- se sonhava ou não
--- não sei
--- nem nunca saberei...
--- senti passos
--- leves como argaços
--- entre o bamboleio das águas
--- ou das mágoas que se riem de nós
--- pareceu-me ouvir-lhe a voz
--- que não conheço
--- mas sinto
--- quando adormeço
--- com ela nos olhos...
--- soergui-me
--- despi-me
--- e descalço desci
--- a enorme escadaria
--- e à entrada ainda bulia
--- a tabuleta
--- aonde tinha batido
--- com a cabeça:
--- Eróticos!
--- até sem ela
--- eu estava com ela
--- na Torre
--- completamente em solidão!