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Contos-->O couro da onça -- 30/12/2016 - 21:55 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A fazenda Campo Grande era só silêncio, parecia  Sexta-feira da paixão. Muitos camaradas, no entanto, quebraram o jejum de língua  para conversar baixinho  com Onofre:

— Chegaram a ver a onça?
— A onça que vimos é aquela que está amarrada na casinha de  curral.
— A índia?
— Podia ser outra coisa? Acaso José Lino tá amarrado lá. Já deve estar no céu! 
— No céu da boca da onça!— disse outro.
— E se José Lino fundou no grotão atrás dela e matou a bicha? O patrão disse que é  pra trazer o couro. Ele deve ter feito o serviço completo!
— Pode ser também que ele estava tirando o couro da pintada, e chegou o companheiro dela!...
— Arrenego! Vira essa boca pra lá.
— Se a onça comeu o vaqueiro, num vai ter enterro.
— Sê besta, homem!
— É verdade que o patrão mandou Pururuca embora?
— Pururuca está com o pé na espora. Japuaçu também!
— Se Japuaçu for mandado embora. Turíbio Soberbo e Amarildo vão juntos. São unha e carne.
— Uma carga dupla de preguiça, você quer dizer.
— Dinotério também é morto de preguiça. Até parece que é mulher do outro... Onde Turíbio está, Dinotério aparece como quem não quer nada e se mete na conversa. Falam em criar peixe-leiteiro. Quem já viu uma loucura dessas! Deve ser código, para os outros não entenderem o que falam.
— Arrenego! Quem diacho é Dinotério?
— Ô fi’duma quenga! Dinotério é Amarildo. Se falar o nome verdadeiro, na frente dele, dá morte.
— Quem já se viu ter vergonha do nome?
— Com um nome desses até porco anda de cabeça baixa.
O silêncio foi quebrado por uma gargalhada coletiva. A risada ecoou contagiante como o bocejar ou o canto do galo.

***
Adalberto Lima - trecho de Estrada sem fim...(ficção)
Imagem: Internet

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