Usina de Letras
Usina de Letras
137 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62225 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22536)

Discursos (3238)

Ensaios - (10364)

Erótico (13569)

Frases (50620)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140803)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->A Crónica - o gênero! -- 31/08/2007 - 21:44 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A Crónica - o gênero!

Cronista que também o sou, volta e meia estou retornando a falar sobre esse gênero literário que tenho namorado muito nos últimos anos.
Crónica, esse gênero doce de fazer-se e de ler-se, remonta, como o seu próprio nome diz, ao deus grego Chronos que significa o tempo. Tempo esse que, para a crónica, anda passo a passo, tanto na economia do texto, pequena e de fácil leitura, como ela própria a escolher assuntos do seu tempo atual vivido, ou trazendo tempos passados para os dias atuais. Sempre sendo o tempo, do tempo, pelo tempo, economicamente a encontrar o texto até para dizer sobre grandes histórias do dia-a-dia atual ou passado.
Ninguém é mais fazedor de história do que o cronista que, roubando do tempo suas histórias acesas no cotidiano, apercebe-se e pesca os temas de interesses sociais, sua importància!
Para nós, brasileiros, nossa história meio lusa, meio brasileira, tudo começou com Caminha e sua famosa carta do "Achamento do Brasil". Antes, nos idos de 1418 - quando o humanismo fazia ninho também em Portugal, o Rei D. Duarte nomeou Fernão Lopes cronista-mor do reino. Estava nascendo o Gênero Crónica na literatura portuguesa. Apesar de não ser uma crónica considerada literariamente brasileira, é sem dúvida literatura sobre o Brasil.
Outros cronistas também descobriram o Brasil como: Pero Lopes de Souza, Pero de Magalhães Gàndavo, Gabriel Soares de Souza. Mais tarde chegariam com o padre Manuel de Nóbrega as Cronicas dos missionários. Além destes citamos Fernão Cardim e José de Anchieta. Essas Cronicas intencionavam dizer da catequese indígena, da sociedade à época, tudo feito sob um fortíssimo viés religioso.
Sabemos das Cronicas/textos acerca das coisas do Brasil que antecipavam a Portugal, as notícias do Brasil Colónia, etc. Daí a famosa "Crónica do descobrimento do Brasil", escrita por Francisco Adolfo Varnhagen, baseada na carta do achamento, também esta achada na torre do Tombo em Lisboa. Esse historiador paulista publicou-a no ano de 1840. Há até quem a tenha recebido como o primeiro romance brasileiro (José Veríssimo_ - Crónica romanceada?! Nessa época, para nós, gemulava a Crónica enquanto literatura brasileira. Sua mistura de gêneros denunciava a imaturidade, própria dos gêneros nascedores. O próprio gênero romance vinha à essa época de misturas e transformações, tentando firmar-se enquanto gênero.
E não nos custa lembrar os folhetins de nossos primeiros jornais, discursando sobre o cotidiano social e até tendo como função primordial expor temas instigantes para servir de chamamento para a venda dos grandes jornais da época. Houve folhetins aqui e fora do país que chegaram a invadir mais da metade das páginas principais dos jornais. Romances foram divulgados em forma de folhetim, capítulo a capítulo. No mar famoso de nossa literatura usaram desse expediente de divulgação literária: José de Alencar, Machado de Assis, etc.
Como se vê, a crónica é um gênero literário respeitável e que vem amadurecendo com o tempo, a que está intimamente relacionada, tanto no seu uso como marco referencial do que trata seu texto, como na mágica arte usada por ela para economizar espaço e, com isso, o tempo de sua leitura.
Confunde-se hoje seus vários tipos: há as jornalísticas que podem ou não ser literárias, quando usam o exclusivismo da transmissão noticial ao invés de preocupar-se com o verniz de literaridade. Poderíamos subclassificar esse gênero maior, segundo os assuntos que encerram em: literárias, esportivas, etc. No fim, cabem todos esses textos no gênero Crónica que nos remete a Chronos, e precisa ser curta e hábil na arte de muito dizer, principalmente da vida social cotidiana, em espaço e tempo pouco consumidos.
Um grande jornal possui grandes cronistas. A responsabilidade maior de quem exerce esse gênero literário é, rearrumando-as, ater-se a cada período cumprido de suas publicações, organizá-las em livros, para se extinguir, desse modo, a efemeridade que haveria, caso elas morressem esquecidas após folheadas e lidas pelos leitores dos jornais.
A crónica, passo a passo, ajunta a história social de um povo. É um documento. Na hora da publicação, apenas informativo, mas, com o tempo, torna-se de grande e notável valor histórico e literário. A Crónica confunde-se com o próprio tempo- o Chronos!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui