Uma parte da história
Renato Ferraz
Os dias ficavam esquisitos
e demoravam a passar,
quando ela ia embora.
Até as estrelas perdiam
parte do seu brilho.
A beleza do pôr-do-sol
reduzia seu encanto.
Piorava na hora de dormir,
o sono era fragmentado
e o corpo reclamava no dia seguinte.
Temia fechar os olhos
e não voltar mais da escuridão.
Achava que poderia ser transportado
para um local ermo.
Poque as horas parece que
prendiam os ponteiros do relógio,
até que a visse novamente.
Mas quando ela estava
e a gente passeava na praia,
com as ondas molhando nossos pés,
era como se o tempo tivesse ciúme.
Virava um concorrente,
à medida que era bom,
sumia rápido demais.
E a madrugada também voava
ou passava correndo por nós.
Mal anoitecia, surgiam os primeiros
raios de sol.
Em qualquer que fosse a estação.
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