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Cronicas-->Balas perdidas -- 31/08/2007 - 21:33 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Balas perdidas

A violência veio mesmo avolumar-se ao lado do nosso desviver, prêmio da modernidade insana, seca e desumana, que resolvemos tecer nos dias atuais. As balas têm nos tirado, além do sono, a nossa própria idéia do "viver humano". Deixamos de ser gente para sermos monstros, compartilhando com o descuido da maldade, o estorvo de vida que apreciamos.
O bonde da história passou à nossa frente até vagaroso, zeloso com a viagem e o destino, mas nós deixamos a estação e ignoramos o resto.
Estamos claramente distantes da verdade e do sossego. O medo não nos rodeia apenas, mas já faz parte de nossos passos, por menores que sejam. As estradas guardam a rotina da morte, e a família, em êxodo, mortifica seus melhores valores, trancafiando-se nos sótãos da desilusão ou nos porões em surtos pavorosos.
O destino desses modernos passageiros já nos é conhecido. O crime é maior que o medo, e o amor diluído esvoaça, perdido de tantos corações, os mesmos que até há pouco sabiam governar sem medo.
Antes uma Biafra meiga e ainda miserável que a luxúria meio à chuva de balas: o deserto continua calmo, alimentando o silêncio do seu sol e o movimento de seus ventos espalhando suas areias mornas.
Por aqui, desertifica-se a alma humana e os camelos temem por suas vidas e não se guerreiam em nome de nenhum deus, mas por amizade ao diabo, solto nas ruas e apressado em fazer o mal e desenhar a destruição do planeta.
A morte emerge em todo lugar, floculando desesperos indescritíveis. O bandido personalizou o mal como o modus vivendum ideal e mata o que lhe for diferente disso. A humanidade caminha a longos passos para a morte de tudo.
Os valores são excetuados. Os subvalores procuram filiar-se à baderna, dos que acreditam que o amor nos é descartável e desnecessário. Quando dermos por conta de todo esse deszelo famigerado, ser-nos-á tarde demais e qualquer retrocesso não achará mais tempo hábil para se refazer dessas mesmas mazelas e reconstruirmos um mundo diferente, onde o amor seja posto à frente de tudo. A bandidagem é áulica nos dias atuais. Policiais viram bandido para angariar o dinheiro sujo facilitador de sua sobrevivência. A morte é o selo do permissível. O crime, o proceder já permitido pelos odiosos que formam opiniões.
Quem continua sobrevivendo não sabe até quando. O assassino confunde-se com o nosso melhor amigo. As balas perdidas são os festejos do pequenino tamanho do Estado, enfraquecido, desorganizado, cheio de outros estadinhos dentro dele mesmo - estão aí tantos tipos de polícias, enquanto apenas uma, bem mais forte e poderosa, serviria à comunidade, tão mais eficazmente...
Como não mudamos ainda, a morte reina e o submundo afunda-se na maior anarquia que a sociedade já presenciou nesses dois milênios pós-Cristo. O que imaginávamos como impossível é a verdade que reina e obriga. O céu não está mais no mesmo lugar onde sempre acreditávamos que ele estivesse. O homem nomeia seus deuses, o dinheiro, a arma e o crime. Os crimes hediondos é o perfume mal cheiroso do que não fizemos de tão bom até hoje. É uma pena que ainda não tenhamos aprendido a ser gente e que o planeta é a nossa morada e que nossos filhos e netos serão os bandidos que talvez sobrevivam amanhã, ao léu, como espólio de nossas maldades. Herdamos o mal que não nos permitiu fazer o bem!
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